Ela amanhece de maneira animada, divertida e solar. Existe, nesse ínterim, um frescor contagiante capaz de oferecer nuances tropicais e praianas a tal ponto que desperta, no ouvinte, um senso confortável de descompromisso e, consequentemente, despreocupação. Tendo o ska como a alma dessa gama de sensações e experimentações ambientais, a faixa chama a atenção por fundir sensualidade, delicadeza e um compasso rítmico sincopado.
Rapidamente, assim que o primeiro verso se anuncia, uma voz feminina firme e de base agudo-aveludada toma a frente conforme se permite dar vida ao enredo lírico. O interessante, nesse ínterim, é se observar a dualidade estética ofertada pela guitarra e pelo teclado. Afinal, enquanto um explora uma coleção de pulsos que, juntos, oferecem lampejos de reggae, o outro monta uma cama sintética adocicada com grandes poderes entorpecentes e calmantes.

No que se refere ao estado de pulso delimitado pela guitarra, ele ganha ainda mais densidade com o auxílio da bateria, instrumento que permite que a composição adquira mais consistência em seu contexto rítmico-melódico. Agraciada, ainda, com frases de baixo que fornecem uma movimentação amaciadamente fluida que tira o ouvinte dessa espécie de linearidade estrutural, a música desemboca, conforme assume um crescendo, em um senso enérgico penetrante e capaz de ser até mesmo motivacional.
A partir dele, nasce o refrão de Anxiety através de gritos de ordem que dão embasamento para a elucidação do perfeito equilíbrio entre divertimento e reflexão. Com a devida delicadeza, a faixa, tal como sugere seu título, dialoga sobre o sintoma da ansiedade e toda a turbulência que ele é capaz de fazer surgir no indivíduo.
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