Três jovens lisboetas se juntaram e formaram esse grupo, que carrega o singelo nome de Group Syrup. Na bagagem, além de talento e conhecimento musical de causa, eles carregam o sonho de conquistarem seu lugar ao sol. Também trazem junto seu primeiro disco cheio, autointitulado, e que mostra a forte personalidade da banda.
Um dos primeiros acertos já fica por conta de serem um power-trio, algo que dizem que no rock é suficiente para gerar boa e poderosa sonoridade. Tanto que alguns nomes como Rush, Green Day, Motörhead comprovam tal fato. Mas, não espere algo dos portugueses influenciados por estes medalhões, ao menos diretamente.
A banda prima por trazer um rock mais simples, com pegada do garage e inspirações claras do inde. Além disso, bebem também na fonte do grunge, punk e rock alternativo, tudo muito bem mesclado e que acaba criando a identidade da banda. Identidade forte, diga-se de passagem.
E eles conseguem, em pouquíssimo tempo, explorar e extrair o melhor de si. São oito composições em pouco mais de 21 minutos. Claro, o gostinho de quero mais fica assim que acaba “Group Syrup”, mas não faz com que eles percam a vibe, pois é uma façanha serem tão objetivos sem serem desleixados. A produção deixou tudo bem orgânico, até porque o som da banda pede isso e não soaria melhor se fosse sintetizado demais. Logo, é outro grande acerto no disco.
O primeiro destaque fica logo de cara para a faixa de abertura, “Bridge Pickup”. Com um início misterioso (no sentido do que irão propor), a música deixa o ouvinte curioso, pois não deixa bem claro onde iremos chegar. Depois de um início ditado pela cozinha, com um baixo estonteante, ganha as guitarras e nos revela que o indie rock é o principal mote.
Mas, como dito, não se trata músicas de um estilo apenas. E eles consegue incrivelmente fazer com que o rock simples soe requintado. É só ouvir “Inside The Riot” e notar que o grunge traz traços do jazz e do blues. Assim como “Robots”, em meio a sua melodia levemente obscura ganha elementos do funk. Incrível!
Claro, estes são apenas alguns dos destaques, mas, ao ouvir o disco todo, podemos constatar que há um equilíbrio considerável entre as composições, o que faz com que o disco soe muito acima da média. Logo, o Group Syrup estreia acertando o alvo e com potencial para voar mais alto.