Se o nome punk-jazz é um termo novo para você, espere até ouvir o prolífero álbum do power trio Goldbloom. A obra, que se chama “For Money and Power”, é o segundo disco de Martin (bateria), Williams (baixo) e Opper (saxofone), que já está gravado e em fase de pré-lançamento. Em outras palavras, o ouvinte que possui bom gosto musical deverá esperar o pronunciamento oficial para a sua liberação. O site Music for All foi convidado a fazer audição deste lindo presente artístico, dessa forma, o que você irá ler nas próximas linhas são considerações verdadeiras deste jornalista musical que vos escreve.
O trabalho é composto por dez músicas e, de cara, já tentei entender porque uma banda de jazz se intitula punk. Na primeira execução, “Redneck”, não consegui encontrar a resposta, embora a sua estrutura nos remeta a um jazz rock sofisticadíssimo. Ao escutar isto, é inevitável a lembrança de nomes como Brainchild, If etc. Longe das muitas complexidades do jazz, o Goldbloom viaja em cima de uma fluidez muito solta. Suas melodias construídas a partir de harmonias cirúrgicas as fazem se destacar com qualidade. Esse destaque, obviamente, vem da cozinha superalinhada, pois os solos de sax que fazem um show à parte, enriquece todas as músicas com seu brilho e contraste.
Essa sobressaída do instrumento de sopro, se intensifica em temas como “Ketchup Man”, onde verdadeiramente o andamento assume um suporte rítmico com certa moderação. Agora, em músicas como “Ways and Wheels” e “Roger Ebert v The State of Illinois”, as variações nos permitem saber porque o “punk” no nome, pois suas construções são bastante despojadas, além de possuírem linhas mais agressivas. Ouvir um álbum como este é igualmente prazeroso como sentir uma nova experiência. O virtuosismo aqui é tão forte que as nuances entre uma música e outra passam até despercebidas.
Quem pode escutar o primeiro álbum “Peaked In High School” (2023), com certeza está preparado para degustar todas as texturas musicais deste “For Money and Power” que, em comparação ao seu antecessor, está muito mais cheio de pompa, apesar do amadurecimento ser o mesmo. Contudo, devemos aqui brindar também a graciosa produção que nos permite sentir a direção de cada acorde. Com uma sonoridade cristalina ou pulsante, quando necessário, o álbum se deslancha com todo requinte, elegância e imponência. Esses últimos adjetivos, você pode conferir em músicas como “Another Knight” que é outra representante da sessão mais agressiva, assim como nos ensina o Goldbloom.
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