GINGERJAMESFAIR: se deleite com o fenomenal álbum “An Unreachable Peak”; saiba mais

É sempre impactante quando nos deparamos com uma instituição artística que naturalmente quebra convenções, transgride seus parâmetros sonoros e simultaneamente consegue traduzir todo esse ensejo em plena coesão, apesar de não se ater as agruras do mercado. A “experimentalidade” soa totalmente conexa, e se mostra apenas um patamar acima em se tratando de processo artístico convencional, porque é perceptível uma instigação frente a conceitos desafiadores.

O radicado em Bournemouth, James Fair, é a mente inventiva por trás do projeto Gingerjamesfair, que conta com visibilidade concisa de público e crítica especializada frente a seus trabalhos anteriores. E nesta mais recente empreitada, contamos com mais um registro concebido após a pandemia do COVID 19, motivado por todos aqueles acontecimentos nefastos que se debruçaram perante o planeta. Como o próprio autor colocou, a “desilusão global com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal”, foi o principal motivador deste álbum.

Canções retratando toda a angústia, ansiedade e temor proveniente daquele período, conseguem um resultado infalível, onde onze petardos INCRÍVEIS compõem o seminal “An Unreachable Peak”! Trata-se de uma obra tão magistral em seu contexto primal, que nós do portal Music For All nos sentimos na obrigação de desvendar esse processo, esmiuçando cada uma dessas faixas para vocês.   

Os trabalhos iniciam com “New Clothes”, onde a curiosa introdução dá lugar a permeios melódicos intimistas e sedutores, com a voz do artista assumindo uma alcunha “trovadora” bastante usual na música folk. A narrativa trafega por ensejos instigantes, que mergulham em intentos de natureza épica nesta jornada sensorial urgente e gradativa.

Em “Great Resignitation” não podemos deixar de destacar a incrível voz, daquelas que produzem timbres suntuosos, feeling exasperado, doses precisas de sofreguidão emocional e técnica desprendida em níveis elevados! A cadência de ares sessentistas, trafega por pitadas de lisergia, mas sem se ater a mera nostalgia apenas, promovendo um diálogo franco e preciso com a contemporaneidade vigente. A resplandecência pop se faz presente no singular refrão, daqueles com ares de arena, grudento e perfeito para ser brado a plenos pulmões de forma entusiástica! O protagonismo alçado pela guitarra também resvala em poderio irresistível dos mais gritantes…

E novamente nos impressionamos com seu talento para canções com elementos inusitados em “Business Breackfast”, um brado em plena intensidade em total diálogo com uma sucessão de elementos minimalistas que vão compondo o caminho tortuoso, mas altamente prazeroso! Prognósticos embebecidos em psicodelia despontam em caráter furtivo com ênfase primordial, construindo realmente um contexto memorável. E pensar que nem chegamos ainda na metade do disco, IMPRESSIONANTE!

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“Ode To The Rail Replacement Bus Service” adentra prerrogativas hipnóticas em seu tom deveras soturno e na mesma medida envolvente… Novamente nos impressionamos com o jogo de palavras numa clemência onde a familiarização ocorre similar a um processo de “abdução”, pelo nosso envolvimento IMEDIATO! Inevitável não remetermos a obra prima solo de Syd Barret, “The Madcap Laughs”, apesar das referências declamadas serem os projetos solo de Damon Albarn, Sufjan Stevens e Laura Marling. Mas sem deixar de exaurir personalidade pelos poros, denotando a grande identidade artística promulgada!

“Toxicoptimist” traz melodias esfuziantes, trazendo de praxe as fulminantes e criativas linhas vocais de outrora, contando com um pungente coral que eleva a sensibilidade para dimensões estratosféricas. O uso de sintetizadores em profusão só carregam ainda mais esse preceito formidável em sua condução… “Go Self Employed!”  traz um preceito country altamente sedutor em seu desenrolar, servindo de “trilha-sonora country” para a história que subliminarmente é retratada com força perene.

Balada que nos encantam em explosões singelas de delicadeza e introspectividade? Sim, temos aqui em âmbito genial com a encantadora “The Acceptable Email Usage Policy”, amplificada em cores vívidas e soturnas imersa em lirismo. A quebrada de cadência para uma camada atmosférica funciona como uma espécie de elemento surpresa, tamanho o impacto instaurado! “Meetings” promove uma espécie de encadeamento com a faixa anterior, soando como uma continuação em prismas mais dilacerantes, e mais uma vez não tem como deixar de destacar os valorosos vocais de Frank neste processo.

“Carrers Advice” rememora momentos antológicos de Leonard Cohen, só para termos um parâmetro de sintonia, tamanho o requinte e elegância incandescidos nesta caminho frente a um mundo repleto de mistérios, apesar da mensagem direta trazida mediante a verve poética. “Carreer Break” sintetiza todas as incisões fantásticas que compuseram este resultado tão SENSACIONAL.

A maravilhosa encore “Survey Results” sintetiza algo que temos certeza absoluta: “An Unreachable Peak” estará em todas as listas possíveis de “Melhores álbuns de 2023” ao final do ano. Fatalmente estará nos recantos mais inóspitos do mundo, tamanho o poderio desprendido nessas canções memoráveis. Referente ao conceito digerido, o autor deixa claro o objetivo primordial: “é para aqueles que estão presos a um chefe terrível, ou em um trabalho de merda, e querem algumas músicas para cantar junto que possam expressar sua dor!” MEMORÁVEL E ESSENCIAL! Disponibilizado abaixo, GINGERJAMESFAIR e o avassalador “An Unreachable Peak”:  

https://jamesfair.co.uk
https://prf.hn/click/camref:1101ljvYv/pubref:albumuuid%3D/destination:https://open.spotify.com/artist/6S3uPyPJZOMLRYviwPwXjp?si=M0NcNuGeTyGjECpYKRM38A
https://gingerjamesfair.bandcamp.com
https://www.youtube.com/@gingerjamesfair

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