O duo sueco Shpresa Lleshaj e Cole Randall forma o Flora Cash, um projeto ousado que entrega sempre a música em seu estado mais orgânico se flertando com elementos modernos. Eles chegam agora ao seu quarto disco de estúdio, onde primam por essas características, apresentando ainda mais sua forte identidade.
Intitulado “behind every beautiful thing”, o disco traz 11 composições onde eles trilham esse caminho, soando versáteis, mas bem característicos. E essa versatilidade está praticamente em todos os elementos do álbum, passando pelo nobre instrumental, até mesmo as linhas vocais de Shpresa, que é uma cantora que sabe muito bem onde pisa.
Cole também prima por trabalhar linhas variadas, mostrando-se um cantor bem atual, com um dom de entregar uma boa dramaticidade em suas linhas, que dão um teor mais pop às músicas. Claro, isso só colabora para expandir o público do Flora Cash, pois eles podem se inserir em diversos nichos.
Além da dupla, o novo disco conta com participação de Djorde Milanovic nos violinos e viola e Yoed Nir no violoncelo. Eles só ajudam a aumentar o contraste em que o disco se mostra diversas vezes, que fica em torno de algo mais ‘old school’, rústico a outros mais modernos.
Um dos grandes exemplos disso é a faixa “Like No One Cold”. O início conta com uma introdução misteriosa de Nir, até a banda ganhar elementos do hip-hop e R&B que conduzem as bases para um dueto vocal maravilhoso de Shpresa e Cole. A música é um pop poderoso que pode rodar o mundo tranquilamente.
Mas, o ar comercial não é o que restringe o disco. “Should´ve Dressed For The Event”, que abre o disco com apenas piano e sintetizadores, fica entre o atmosférico e o dream-pop. Com seu ar introspectivo pode soar mais especifica aos ouvidos desatentos. Mas, trata-se de uma canção magnífica.
Outro destaque, “Mourning Comes” soa mais orgânica que o normal, além de trazer grande influência da música americana, com direito a guitarra ‘country’ slide. Um deleite para os mais vanguardistas, mas também uma música surpreendente de arranjos ricos e um ritmo mais agitado.
E, para citar mais um destaque, “Holy Water” e sua veia new age não poderia ficar de fora. Simplesmente uma composição doce, mas intensa e com o violino de Milanovic embelezando tudo em meio aos sintetizadores densos e um trabalho vocal bem diferenciado. “behind every beautiful thing” sai dia 23 ou, dependendo da hora em que leu isso, já está disponível! E que disco!