A movimentação e afinação da guitarra, instrumento responsável por puxar a introdução em um inquestionável e solitário protagonismo, traz em si uma leve similaridade em relação à melodia criada por Dexter Holland na introdução de I Choose, single do The Offspring. Aquém dessa breve semelhança, o que o instrumento fornece no presente amanhecer é uma crueza capaz de despertar sensos de uma melancolia cuidadosamente nostálgica.
Um rápido silêncio se afirma servindo como uma interessante ponte entre o amanhecer e o primeiro verso da obra. No instante em que muda ligeiramente sua paisagem sonora, a canção passa a ofertar uma maciez fresca que amplifica aqueles sensos iniciais de melancolia, os quais, aqui, chegam de maneira curiosamente reconfortante.
Em meio a uma sonoridade crua, uma voz feminina grave entra em cena desenhando os primeiros sinais do enredo lírico. Eis Fiona Amaka fornecendo a emoção que faltava para tornar a faixa em um produto comovente e, consequentemente, tocante. Por meio de suas palavras e de sua interpretação verbal, a cantora acaba trazendo dor, reflexão e certo grau de decepção.
É então que In-Club tem a sua verdadeira face desvendada. A faixa é, simplesmente, um produto que narra uma desavença amorosa cheia de sentimentos de desapontamento e desgosto. Um sabor de lágrima penetra no palato do ouvinte, enquanto a cantora dá ao enredo lírico um caráter visceral que transcende os limites do som. Com seu rock cru cheio de menções do lo-fi em sua receita, a canção mostra a falta de reciprocidade e interesse no relacionamento, escancarando, assim, feridas emocionais de difícil cicatrização.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/6phtaT49GPHfHO9asmLUvp
YouTube: https://youtube.com/@fionafula7253?si=U3-g9ejBpLIyR14v
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