Ebony Buckle impressiona com o seu novo álbum “Hearts Get Started”

Depois de estrear com “Disco Lasers” (2021), Ebony Buckle soltou “Myths from the Megaverse” em 2022, mas o seu novo álbum se chama “Hearts Get Started”. Com dez músicas no repertório, o novo disco marca uma fase de evolução artística na carreira da cantora inglesa. Embora inéditas, as canções deste álbum foram escritas há alguns anos. De acordo com a artista, algumas delas são até de início de carreira. O valor sentimental que essas músicas projetam na cantora é externado com qualidade estética e sonora. O disco é um contador de histórias e, por mais que um título se conecte ao outro, não é uma obra conceitual.

Para iniciar essa jornada, “Fall Behind”, que publicaram como single encabeça a relação. Um ponto a se mencionar é a participação de Nick Burns, marido de Ebony, na parceria de composição, já que ele também é músico e produtor. Sobre essa canção, “Fall Behind” representa bem um estado evolutivo, pois as camadas iniciais são pouco lentas. No entanto, trechos mais cativantes emergem da melodia causando impacto e mudando a direção do ritmo. Por conseguinte, conclui-se que esta bela canção entrega doçura, técnica e energia. A sua escolha para se tornar single foi inteligente.

Na sequência, a faixa título chega com um clima encantador. Uma das melhores coisas que existe no trabalho de Buckle, é o equilíbrio vocal que a cantora exerce. Em todas as músicas encontramos emoção em uma textura suave e livre de ranhuras. “Hearts Get Started”, a música, é um exemplo perfeito dessa premissa. Mesmo quando a cozinha, comandada pelo forte timbre da bateria, imprime uma pegada mais intensa alavancando a melodia às alturas, Ebony se mantém plena e à vontade em suas entonações. A impressão que dá é que a cantora está sempre em uma espécie de zona de conforto.

Mesmo em canções onde o alcance vocal é dificílimo aos olhos de pessoas comuns, como em “Golden Sand”, a linda britânica consegue brilhar de forma incrível. Sempre acompanhada por notas sutis de teclado e dedilhados confortantes, Ebony insere na melodia mensagens positivas de esperança, positividade e amor ao próximo. Além disso, a dedicação dela em entregar uma canção que agrega tanto à arte como à alma das pessoas, é iminente. Ao mesmo tempo em que lavamos os ouvidos com harmonia, nos livramos de possíveis maus pensamentos, pois o fator curativo de suas músicas é eficaz e digno de muito reconhecimento.

Algumas músicas como em “I Think I Just Saved My Own Life”, ensaiam um certo ritmo para você balançar, mas os momentos serenos ainda são aplicáveis. No entanto, a boa sugestão é que você embarque nessa viagem, pois certamente a melodia desta, que também saiu como single, o levará a lugares dentro da sua mente, ainda inexplorados. Ela faz boa ponte a sua sucessora “The Whiskey Song” que, diferente das demais, possui uma construção r&b, beirando o rock’n’roll. Como o título sugere, você pode ouvi-la sob o efeito de um bourbon que está tudo bem. Só pode enjoar e sair bêbado pela cidade.

Definitivamente, Ebony Buckle sabe como prender a atenção. Ao ouvir “Soph My Dear” é impossível se desvincilhar da hipnose que a voz, violino e piano dessa música nos submetem. Na verdade, nem queremos sair desse transe, pois o relaxamento que nos causa é tão bom que mais parece uma massagem. De maneira idêntica, “The Monster” vem assumindo o espaço com mais magia. Além da musicalidade, coerência harmônica e cativação, Buckle ainda canta em linhas teatrais mostrando versatilidade. Portanto, pode-se dizer que a competência em homogeneizar solitude e melancolia é também uma de suas dádivas. E assim, segue o baile.

A última trinca do álbum abre com “Russian Dolls”, que até aqui é a música mais empolgante do disco. Ou seja, a música possui um grande alto-astral. Não chega a ser um contraste neste recente trabalho de estúdio, mas as suas linhas musicais são distintas às das demais. Na mesma pegada, está a seguinte que se chama simplesmente “Run”. Entretanto, a penúltima música de “Hearts Get Started” não é acelerada, mas em algumas ocasiões nos prende pelo ótimo groove. Com um perfil festivo, a canção é um bom complemento de sua antecessora, se levada em consideração a melodia.

Por último, “Jupiter Rising” promove o retorno ao alcance longevo da voz de Ebony. Aqui, a melodia é tão rica que não nos damos conta do final da música, tamanho é o envolvimento. Como resultado, temos uma execução tranquila de aspectos épicos, mas também inclui-se projeções orgânicas que dão mais emoção. Ebony é, acima de tudo, uma artista singular que se expressa através da beleza do mundo, da bondade da humanidade e nos repassa isso com muita aptidão. Assertiva na voz, melodia e ritmo, cada canção composta chega a nós como presentes embalados por encantos, profissionalismo e carisma. Não há como não guardar isso para sempre.

Ouça “Hearts Get Started” pelo Spotify:

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