O veludo é a primeira textura que se apresenta na canção. Ainda que densamente embrionária, porém, a obra já é capaz de, através de seu compasso rítmico amaciado, exortar bons toques de sensualidade e frescor. De energia serena, a faixa tem, rapidamente, seu enredo lírico evidenciado através de versos verbais repetitivos como o eco.
É interessante pontuar que, no instante em que o primeiro verso se inicia, um sonar semelhante a um assobia passa a pairar pela atmosfera como uma espécie de uivo fantasmagórico, mas sem causar qualquer frisson de temor ou insegurança no espectador. Amadurecendo sob uma silhueta rítmico-melódica sintética hipnótica, a obra dá destaque à voz afinada, doce e até mesmo afofada de Mike Louvila.

Por meio dela, o cantor consegue amplificar o senso de contágio e sensualidade da obra, sendo que, esta última qualidade, é levada ao apogeu assim que o saxofone entra em cena. Provendo doses de vivacidade e uma exaltação, ele, apesar de ser percebido com certa dificuldade em meio ao beat, fornece agradáveis ímpetos de conforto e aconchego a essa obra excêntrica chamada Djoka Na Djoka. Single esse que ainda tem grande charme atribuído graças ao fato de que seu lirismo é estruturado perante os idiomas nativos do Congo.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/4EFonUlCXi880QruvyOx3f