Enquanto a faixa é preenchida por uma voz feminina adocicada e delicada entregue por Shely M., a sonoridade faz com que o ouvinte vá se aprofundando em uma camada sensorial prematuramente dramática. Ainda assim, a obra, conforme amadurece, transpira uma espécie de frescor revigorante que, gradativamente, vai encantando o espectador com sua energia contagiante.
Estruturalmente frágil, ela leva o ouvinte para um cenário instrumental de beat leve e pulsante que abraça ternamente a audiência, lhe oferecendo boas e aconchegantes doses de torpor. É justamente nesse ínterim que, inclusive, nasce em Let You Go uma essência dançante, mesmo diante de um viés melancólico-nostálgico.