O renomado músico de Los Angeles, David Arkenstone, é um veterano na arte da música. São dezenas de obras lançadas, além de participações em projetos de TV, cinema e jogos eletrônicos. Recentemente, Arkenstone lançou o álbum completo “Quest For The Runestone”, que traduz a sua paixão pelas culturas celtas, nórdicas e cinematográficas. Com distribuição da Dream Palace Publishing, o disco possui treze temas cujo “Profecy” é o primeiro trazendo um clima profundamente soturno. A atmosfera, também, invoca tenção, embora deságue em sensação de descoberta. Em seguida, a cultura celta é trazida por sons da gaita de fole de “The Soothsayer Speaks”, complementando a grande sensação de boas vindas a um novo mundo.
Em “Ancient Magic Awakens”, o alto-astral domina os falantes, com uma execução empolgante de violinos poderosos e arranjos transcendentais. Assim como capa do álbum, a visão que permitimos ter é a de estar no alto de uma montanha, a fitar o infinito a ser conquistado. No entanto, a melancolia toma forma em nome de “Réann”, o título seguinte que vem mostrar a beleza criada por Arkenstone de uma profundidade mais distante. Uma perfeita cortina sonora para embalar a mais épica das produções de cinema, ou mesmo para trilhar a sua própria aventura, pois a sua imaginação é quem manda.
A sutileza e realeza dos acordes, acompanham também a execução de nome “Eyes Of Skata” que, com a inclusão de um coral, reforça a pompa da composição. Como muitos sabem, o indicado ao Grammy Awards conseguiu tais façanhas pela inteligência de suas criações, e sucesso de muitas delas em diversas alas da comunicação sonora. Em “Oceans Of Ice”, por exemplo, esse tipo de comunicação chega a ser quase palatável. Imagine você navegando sobre as águas geladas dos mares escandinavos, em busca de outras terras. Com essa trilha sonora quase sentimos daqui o cheiro do mar e o gosto do sal.
Na sequência, “Path Of The Mountain’s Bones” traz uma sequência de marcha, como se conduzisse uma civilização inteira a uma jornada. Aqui, o tema nórdico dá espaço mais uma vez à cultura celta, onde a vocalista parece lançar sua voz do coração da floresta. Mas quando chega em “Stars Without Light”, o cenário muda completamente para uma caída de noite sem estrelas. Sim, para este tema Arkenstone se encarregou de gerar sons temerosos e misteriosos, como se não quisesse despertar o grande espírito da floresta que apagou as luzes das estrelas.
E o que dizer de “The Arbos Stirs”? Bom, aqui temos um conjunto de vibrações sensoriais que aguça todos os nossos sentidos. Isso mesmo, “Quest For The Runestone” pode ser ouvido também para fins curativos, pois todas as suas músicas são propícias à meditação. Dessa maneira, tente meditar ao som desta aqui e garanto que, em poucos minutos, estarás lutando contra seus demônios pessoais em uma caverna astral. Se não estiver interessado, então deixe-se guiar pelas vibrações e acordes que, tanto os violões como os arranjos te envolverão. O que não pode deixar é a beleza passar em branco.
Não sei se todos estão cientes, mas entre os mais de setenta álbuns lançados por este compositor, estão produções ligadas a outros estilos como new age, crossover neoclássico, rock progressivo, orquestral etc. Neste, títulos ligados à música celta, fantasia e nórdica têm em representações como “Inscriptions” todos esses significados, complementados, evidentemente, pelo restante do repertório. Ao chegar a essa altura do álbum, podemos ter um estalo de realidade quando pensamos que todo esse trabalho resulta em um universo. Espaço do qual, se relativiza dependendo do que você colocará nele para habitar, pois este álbum é como se fosse um mundo e, você, quem o habitará.
Prosseguindo, a aventura épica continua com “Secrets Of The Runestone” e, aqui, o compositor usa um pouco de suas influências de ópera rock para dar vida a uma execução incrivelmente impactante. O dueto entre guitarras e gaitas no final, eleva ou estimula sensações em nosso interior, como confiança e vitória. Mas também o violino sempre presente nas músicas deixa essa sessão ainda mais atrativa. Eis aqui um belo tema para conquistas, lutas e vitórias onde, a seguinte “The Keeper Of The Flame”, é o tiro de misericórdia aos adversários com sua estrutura acalentadora, como se consolasse o guerreiro derrotado depois da batalha.
Mas a despedida da obra mesmo está em “Réann Reawakened”, que infelizmente encerra esse espetáculo. Sim, porque chamar essa obra de “álbum”, é diminuir a grandeza estratosférica com que foi composto e produzido. Temos aqui uma verdadeira maravilha criada por uma mente singular. David Arkenstone, simplesmente, trouxe aos nossos ouvidos toda a magia, impacto e redenção da arte cinematográfica. Se existe alguém que merece o adjetivo de ser diferenciado, aqui está este norte-americano. Enquanto nas mãos de um alquimista todo metal vira ouro, nas mãos de Arkenstone toda ideia vira um universo.
Ouça “Quest For The Runestone” pelo Spotify.
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