É interessante como uma canção, em seus poucos segundos de execução, já é capaz de fornecer um turbilhão de sensações no ouvinte. Isso é exatamente o que acontece com Darling…. Graças ao saxofone e à forma como o beat se apresenta, a canção já demonstra uma irresistível silhueta solar e contagiantemente sorridente.
Tal como admirar o mar em seu esplendor durante uma tarde de verão de céu límpido, a faixa desfila uma energia de alegria, esperança e felicidade difícil de ser contida. De estrutura rítmico-melódica swingada e dançante, ela ainda garante agradáveis frases groovadas proporcionadas por um baixo de linhas bojudas em seu riff grave.
Narrada por uma voz que, vinda de Samuel Makanda, é de uma agudez afinada com raspas graves peculiares, Darling…, a partir da forma lírico-interpretativa assumida pelo vocalista, desfila, inclusive, traços R&Bs em sua receita melódica. Apesar de se manter em uma linearidade conjuntural, a canção é capaz de abraçar o ouvinte em sua postura altruísta, sincera e honesta.
É assim que Makanda escolheu fazer de Darling…, faixa de base pop, mas que não apresente qualquer menção estética apelativa na aquisição de atenção, uma obra em cujo lirismo vem com a simples função de instigar, no ouvinte, a mais sincera e profunda gratidão pela vida. Por isso, portanto, tamanha energia reavivante transpirada por sua melodia.
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