Connor Sablan esbanja versatilidade em seu álbum “Hot Pot”

Mais uma vez, cai sobre minha mesa uma pauta de música sofisticada, do tipo que dá prazer em escrever. Aqui, apresento a você o álbum “Hot Pot” do pianista Connor Sablan, um nativo da ilha de Guam (EUA) que conheceu o mundo do jazz, rock fusion, samba, bossa nova, hip-hop, pós-bop e nos brinda nas dez músicas de seu repertório. A primeira faixa, “Dreams Of Clouds”, é uma execução completamente introspectiva, uma viagem ao fundo de nossos sentidos conduzida por acordes de piano em tons suaves. Aparentemente, pode funcionar como introdução ao disco com seus climas menos complexos e harmoniosos.

Mas se o assunto é complexidade, a música “Wakin’ Up, Pt. 1” inicia essa jornada. Com estilo suingado, Sablan encontrou nos ritmos caribenhos um belo motivo para casar ao jazz. Na segunda parte da música, aos chamados dos atabaques, surge uma voz citando versos pela primeira vez, além de a música também promover lindos solos de flauta. De maneira idêntica, os solos de piano também adornam a canção com mais beleza. Com notas mais rápidas, o artista mostra “Hummingbird” pondo a cozinha para trabalhar. Por conseguinte, o baixo pomposo e a bateria se destacam, seguidos, claro, pelo teclado em efeito cristalino.

O bom de ouvir músicas inteligentes como “He Has Become A Very Great Threat”, é que elas são longas em sua beleza e, mesmo assim, não conseguem ser enjoativas. O motivo disso, são as muitas variações e encaixes harmônicos que nos revelam sempre uma melodia diferente. Em “Rare Woman”, a melodia se inclina um pouco para o R&B com uma construção musical menos alegórica, porém brilhante. Igualmente legal, também é a música “Nightmare And The Starship” que não tem nada de pesadelo e, sim, de suavidade e encanto. Com uma pegada setentista, a canção dispõem de uma fluidez marcante na melodia.

Tudo que se ouviu até agora foram mesclas de ritmos resultantes de um virtuosismo singular. Mas nada comparado a “Again And Again”, que chama o groove com categoria. Aqui, o funk é explorado até as entranhas e introduzido nele elementos do jazz e do pop. A sua sucessora é a espetacular faixa título, com os seus mais de nove minutos de duração. “Hot Pot”, com sua pegada clássica, é uma execução versátil com vários solos, inclusive de bateria, que merece ser chamada de épica. Entretanto, a última canção “Goodbye” representa o lado mais moderno do artista, com um tradicional hip-hop.

Ouça “Hot Pot” pelo Spotify:

Siga o músico em sua rede social:

https://www.instagram.com/connorsablanmusic

Digite o que você está procurando!