Stefan Kristinkov é um compositor eclético, conhecido principalmente por seu trabalho em filmes independentes, e um clarinetista com ampla experiência em performance. Compôs trilhas sonoras para vários filmes aclamados pela crítica. Recentemente levou o Prêmio Jimmy Van Heusen da Fundação ASCAP, também ganhou prêmios por sua música no Bare Bones International Film and Music Festival, bem como no Garden State Film Festival.
Seus créditos cinematográficos incluem trilhas sonoras para o drama do diretor Gabe Rodriguez, “The Sisters Kardos”; para o documentário “The Hollywood Experience”, com William Sadler e John Schneider; e para o premiado curta “Question” de Aaron J. Lucas 50. Stefan também compôs a trilha sonora de um dos primeiros filmes interativos existentes, um drama de ficção científica do Reino Unido chamado “Survivor”.
Stefan também ganhou os principais prêmios como compositor – no Independent Music Awards, bem como o Grande Prêmio na categoria Jazz no John Lennon Songwriting Contest. Ele também co-escreveu e coproduziu a cantata de rock “Witches Night” e trabalhou no musical Loving the Silent Tears, dirigido por Vincent Paterson.
Como artista, ele fez extensas turnês pela Europa e Estados Unidos, com o grupo de fusão mundial, The Groove of the Nile e o projeto internacional de reggae, Los Amigos. Ele também participou como jurado em vários festivais de cinema. Hoje vive em Nova York, a capital do mundo e porque não da música, o que reflete bastante em suas composições, ao menos as ouvidas aqui neste seu mais novo disco.
O trabalho foi gravado recentemente, mais precisamente entre os dias 9 e 11 de julho último, e foi produzido por Stefan e Boris Coello, mixado e masterizado por SpryAudio, no bairro do Brooklyn. O pouco tempo de gravação gera curiosidade, pois estamos diante de algo grandioso e muito bem produzido. Claro, provavelmente as composições foram feitas há um bom tempo.
Intitulado ‘Notes of the Observer’, o disco é mais uma odisseia musical de Kristinkov, que se inspira em nomes como Brian Eno, Aphex Twin, Enya e Vangelis, mas claro, formulando as composições com sua identidade, o que gera um som único e com forte identidade. Por isso a apresentação extensa de Stefan é necessária, para distinguirmos o quanto ele moldou seu trabalho, que se reflete neste excelente disco instrumental.
A primeira coisa que tem que se destacar, é o quanto ele tira de seu clarinete, que é o condutor da melodia no disco. Sem dúvidas, o leitor (futuro ouvinte), não imaginaria o quanto o instrumento pode ser abrangente, além do quanto entrega de versatilidade do clima, indo do dinâmico, mais sombrio e até mesmo intimidador.
Sempre acompanhado por sintetizadores pontuais, o instrumento se destaca por poder também soar atemporal e se encaixar perfeitamente a contextos futuristas, o que permeia “Notes of The Observer”.
Já na primeira composição, a faixa título, nota essa incumbência. E é justamente nela, que o clima mais diferenciado do disco se faz presente, parecendo uma trilha de uma contagem, seja ela regressiva ou não. Em “Legacy or Due” o primeiro ar misterioso aparece e a surpresa acontece, com o poder que o instrumento revela.
Na terceira faixa, “On a Fanding Rustle”, parece que Stefan nos leva em algum túnel pelo espaço, com sintetizadores cintilantes e um ar sombrio peculiar. E nele nos aguardam os “Silent Guardians”, que dão nome à faixa seguinte, que parece ser uma sequência natural dessa saga.
Enquanto isso, “Mirrored Lake” apresenta uma profunda obra, com o clarinete indo de suaves a extremos, parecendo clamar por algo, enquanto sintetizadores vibram ao fundo. Talvez seja uma passagem para a bela “Cracket Roots”, a primeira faixa a apresentar um teor mais sentimental e atmosférico, marcando a metade do disco.
“Missing Voices” caberia facilmente em um filme de sci-fi dos anos 80, mas ao mesmo tempo serviria para algo do tipo nos dias de hoje, o que comprova sua atemporalidade. Já Fog Veilled Wonders é aquele tipo de música onde conseguimos notar que ares lisérgicos e psicodélicos deram as caras, mesmo sendo em doses mínimas e acompanhados pelo sempre presente clarinete.
E, entrando na reta final, o sintetizador profundo e o toque melancólico de “Granite and Pine” nos provam que estamos diante de algo grandioso, do qual sentiremos saudades já nos primeiros minutos após o término da jornada.
E isso fica evidente em “Eagle’s Solitude”, que parece ser uma continuação natural de sua antecessora, apenas ganhando um contexto levemente mais enérgico ou menos melancólico. Os sintetizadores com sua cama de fundo simplesmente arrancam suspiros.
Por fim, “Rusted Pathways” serve mais como um ‘outro’ do que como uma faixa de encerramento em si e o que nos deixa um pouco menos aflitos pelo final de “Notes Of The Observer”, é que a faixa parece anunciar que haverá uma continuação. Fãs de trilhas sonoras cinematográfica, ambient music, new age e afins, não percam nem por decreto este disco!
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