Alguns artistas parecem ter o dom de soar diferenciados, tamanha a naturalidade que seus trabalhos ressoam de tal forma. Mas, muitas vezes isso é um objetivo, ou seja, essa naturalidade. Talvez porque as coisas fluam tão naturalmente, que este propósito nem precisa ser o principal mote de um trabalho.
Temos aqui um bom exemplo disso. Trata-se do londrino Sherwøød, multi-instrumentista, produtor e cantor que, além de tudo, vem de um grande sucesso, o single antecessor chamado “Pride”. Ou seja, além de lançar este “Dopamine” e emplacar mais um hit, ele tem a tarefa de manter a chama acesa, já que está no topo.
Porém, sua nova composição não deve nada à sua coirmã, e o fato de ser tão boa, no mínimo não deixa a peteca cair, sendo que seu diferencial é soar um pouco mais intimista e introspectiva. No entanto, trazendo a mesma maturidade e com uma evolução natural.
“Dopamine” é um hip-hop requintado, de batida cadenciada, sintetizadores suaves, incluindo aí um que hipnotiza o ouvinte com suas camadas que vibram como se fosse um acordeom mais moderno. A voz aveludada de Sherwøød é a cereja-do-bolo, provando que este é o quesito em que ele se mostra ainda mais habilidoso no novo trabalho.
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