Ela se vende pela delicadeza, pela fragilidade e pelo seu teor introspectivo. No entanto, não precisa de muito para que sua brisa consiga comunicar, ao ouvinte, a existência de um caráter melancólico moldando, na surdina, toda a experiência sensorial da canção. Entre dedilhares do piano exortando um som agudo, mas entristecido, e uma valsa chorosa promovida pelo violino, o que se tem é, de fato, a ausência de felicidade.
Dramática, hipnótica e embriagante, a canção se torna pulsante e envolvente assim que Nicki Knightz, com seu timbre agridoce de base intermediária, passa a preencher o enredo lírico. Junto ao beat, elemento que oferece, finalmente, a cadência rítmica, Cold Nights In East conquista uma fluidez amena nesse diálogo que explora o crescer no bairro londrino de Hackney.