É interessante. Afinal, subitamente o ouvinte é colocado sob uma atmosfera que já nasce densamente embebida em um senso de dramaticidade latente. Ainda que bem açucarada e delicada, a maneira com que o teclado preenche o ambiente com seu toque adocicadamente ácido faz com que o espectro harmônico em processo de desenvolvimento capture a emoção do ouvinte diretamente pelo coração.
Isso faz com que aquele repente de drama vá ilustrando uma natureza não sofredora, dilacerante ou visceral. Aqui, ele vem embriagado em uma espécie de delicadeza tocante que encontra o piano sob uma energia sintônica. Juntos, eles dão à canção um senso de brandura, aconchego e compaixão bastante comoventes. E assim que o primeiro verso se inicia, com a presença de uma voz feminina grave atingindo a dianteira sonora, a obra vai alcançando novos patamares de sua proposta sensorial.
Ainda que o tom grave de Charyl Craigie de fato acabe ofertando uma textura levemente destoante das demais, a maneira com que a cantora vai interpretando cada verso lírico dá à composição vieses de honestidade e sinceridade latentes. Eis que o espectador enfim percebe que a presente obra se trata em um cover de I’m Only Me When I’m With You, clássica canção de Taylor Swift.
O que chama mais atenção nesse rearranjo, portanto, são as novas camadas de sutileza e delicadeza estruturais. É a ampliação no senso de romance e uma certa arregimentação no caráter introspectivo da obra. Frágil e aromática, a adaptação feita por Cheryl acaba dando à obra uma nova vitalidade emocional.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/5wkBchroodP0ldDdK6Y1WO
Twitter: https://twitter.com/CherylCraigie1
Soundcloud: https://soundcloud.com/cherylcraigie
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCmUQ0YHf-sSSpDwW_CJbgCw