CAVIN entrega seus sonhos desconexos em novo álbum

Vida conturbada e confusa pode gerar música conturbada e confusa. O que não é pejorativo de forma alguma, ainda mais no caso de CAVIN, que conseguiu transformar tudo que passou nos últimos dois anos em uma cacofonia que resumisse seus problemas neste período e de uma forma mais coesa do que se imagina.

Resumindo melhor, “Out The Refuge”, seu mais novo disco, é inspirado em seus sonhos confusos e assustadores, que deixam muito para a interpretação do significado. O álbum é uma cacofonia de nostalgia, trauma, memórias, esperanças e emoções que foram fornecidas pelo mundo real. Isto segundo o próprio artista, que conclui que o que resume o trabalho foi um período cheio de perdas, desespero e até momentos de imensa alegria.

O leitor (futuro ouvinte, com certeza) já pode imaginar a amálgama de influências que o trabalho traz, elementos e climas. Se pensou nisso, está mais do que correto, pois é isso que se encontra em “Out The Refuge”. Os principais focos (porque não há apenas um) é a música eletrônica, o hip-hop e o psicodelismo, mas nunca andando paralelamente, as vezes se incrementando, porém quase sempre se distinguindo, às vezes dentro mesmo de apenas uma canção.

São dezenove canções em pouco mais de 46 minutos, onde nem sempre as melodias estão conectadas, absolutamente sem nenhum andamento direto e muitas mudanças de ritmos e climas. Fato é que temos um trabalho onde as únicas coisas comuns, em canções distintas, são os climas de mistério e caos que elas emanam, mas nunca com agressividade.

Outro fator importante, nem todas as faixas possuem linhas vocais, muitas delas, aliás, ganhando no instrumental que nos pede para refletir ou sentir a vibração do trabalho. Quando as linhas vocais chegam, o hip-hop ganha um espaço maior devido a exploração de vocais recitados e com rimas, que ficam latentes.

Difícil mesmo é, em meio a essas quase duas dezenas de canções, escolher os destaques, que vão ficando maior a cada audição. Aliás, os detalhes também aparecem após ouvirmos o disco mais de uma vez, o que vai se tornando uma tarefa mais fácil a cada pedida.

Mas, não deixe de conferir a R&B “BAGGAGE” e seu ar mais moderno, o hip-hop intrincado e objetivo de “CONSPIRE”, a sucinta, mas desconexa “NDE” e o rap ‘old scholl’ “RugPulls”, pois elas conseguem resumir bem o disco. Porém, não por completo, pois diante de algo complexo, a atenção deve ser em dobro.

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