O veludo toma conta do cenário. Junto com generosos toques de dulçor e uma essência aparentemente pré-púbere que chega a flertar com o tom obtido por Justin Bieber quando ainda em início de carreira, esse detalhe molda o timbre de Carson Ferris, o qual funciona como elemento a oferecer, ao ouvinte, as boas-vindas à canção em processo de nascimento.
Aromática em sua estrutura sonora indubitavelmente imersa no campo da música pop, a canção é dominada por uma melodia sintética, mas suave e contagiante na mesma medida. Conforme vai evoluindo, sua estrutura, a partir do beat, vai flertando com temáticas raps ao ponto de fornecer uma cadência mais fluida e de fácil assimilação.
Explorando seus falsetes e suas amplas extensões vocais por toda a duração da canção, Ferris, conforme a obra vai caminhando para o ápice narrativo-melódico, passa a ser acompanhado por um teclado de notas tilintantes, adocicadas e ligeiramente pipocantes. Quando, enfim, atinge seu pico, Ghosts se torna uma faixa contagiante, atraente e até mesmo sutilmente dançante.
De uma sensualidade jovial despropositada, a canção acaba se enveredando para uma estrutura rítmico-melódica linear em cuja voz afinada de Ferris se torna o principal elemento a incutir movimento e fluidez a partir da narrativa lírica. Ainda assim, Ghosts surge madura em sua proposta pop e preparada para ser inclusa no radar das programações mainstreans das rádios ao redor do mundo que tenham, como público-alvo, pré-adolescentes e adolescentes.
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