Um sonar sintético de caráter curiosamente borbulhante surge em cena como um primeiro elemento sonoro a receber o ouvinte. Logo em seguida, porém, o escopo rítmico já começa a ser desenhado por uma bateria consistente em sua cadência 4×4 que cria um mesmo cenário que aquele desenhado por Peter Criss em Shout It Out Loud, single do Kiss.
Sob uma paisagem esotérica penetrante e hipnótica, a canção vai crescendo sua atmosfera de forma a manter a delicadeza e seu caráter interessantemente introspectivo. De energia densamente reflexiva, mas capaz de promover um senso dramático latente, a canção vai propondo, de forma gradativa, uma intersecção entre as sonoridades do dream pop e do alt-rock com um viés psicodélico proveniene da década de 70.
Com uma roupagem sonora que ainda flerta com uma new wave ao estilo do Tears For Fears, a canção passa a ter, como guia lírico, uma voz masculina gélida e ligeiramente aguda em seu estado de torpor. Vinda de um vocalista que se pronuncia sob uma interpretação verbal intimista, ela traz consigo notas de uma visceralidade tocante que impacta a maneira como o ouvinte passa a enxergar a canção a partir de então.
Sob essa estruturação que mistura melancolia, introspecção e drama, Burning é onde o The Sea At Midnight chama a atenção do ouvinte perante um cenário que pede uma urgente e imediata atitude para conter o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas. Trazendo um cenário sombrio e caótico sobre o descaso para com o cuidado da natureza, a canção ainda evidencia comentários políticos que ecoam falsas verdades apenas para tranquilizar as mentes desesperadas. Porém, a verdade é apenas uma: algo deve ser feito, senão, todos terão uma conta a pagar. E essa é a maior mensagem do single.
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