Blueburst: depois de viver a década de 90, artista por trás do projeto a traz aos tempos atuais

Se partirmos do princípio de que os anos 1990 se foram há quase trinta anos, não nos surpreenderíamos pelo fato de um artista de 50 anos apresentar uma sonoridade totalmente influenciada por este período. Quem viveu o apogeu daquela época, hoje tem idade que gira em torno de 40, 50 anos…

É o caso de Craig Douglas Miller, a mente pensante por trás do Blueburst. Miller não só viveu o período como também teve uma banda na época. Chamado The Reach, o grupo não vingou, mas o sonho do artista nunca terminou. Agora ele aposta suas fichas no projeto, levando a cabo por sua conta e risco.

Se depender de qualidade sonora, Craig já tem lugar cativo ao lado dos deuses da música. Afinal, o que ele entrega neste novo álbum são canções acima da média, bem estruturadas e alguns hits imediatos.

Apesar de ser o principal mentor, ele não está totalmente sozinho, o artista conta com a orientação do lendário guitarrista Marty Willson-Piper (The Church, Noctorum, All About Eve), e colaborações de músicos como os bateristas Michael Jerome (Better Than Ezra, Richard Thompson) e Brian Platt (The Cads), o baixista Ryan Kelly (Dayroom) e o vocalista Riley Schatz.

Eis o disco “Significance”, um trabalho onde o equilíbrio e bom gosto são os principais motes, e o Blueburst entrega composições que transitam as facetas do rock alternativo, sempre com variações rítmicas, uma boa dose de energia e riqueza nos arranjos, até mesmo quando oferece uma sonoridade um pouco mais minimalista.

O trabalho tem um ‘tracklist’ tão equilibrado que fica difícil a gente destacar uma ou outra canção. E isso fica ainda mais complicado ao ouvir o trabalho mais de uma vez (o que acontece automaticamente), já que a cada audição descobrimos mais detalhes e a preferência por essa ou outra composição muda em cada uma delas.

“Vanish”, a faixa de abertura, já mostra para o que veio o Blueburst. Com uma dinâmica e melodias na medida, a faixa entrega a proposta de cara, como se o R.E.M. tivesse se dissolvido com o Foo Fighters e ganhado teclados atmosféricos. A balada inocente “Senseless” é outro grande trunfo, com sua levada bem interessante e um piano muito, mas muito de bom gosto como um dos principais arranjos.

Destaque também para a espetacular e levemente sessentista “Supernova” e o grunge sisudo de “Amplify Me”, que alia peso e melodia na medida certa. No mais, além da produção primorosa, fãs de Pearl Jam, R.E.M., Muse, Foo Fighters e derivados irão adorar.

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