É como se um disco estivesse reproduzindo a canção, impressão causada por um sonar que parece o da agulha se arrastando pela superfície do vinil. Daí em diante, a canção não demora a receber uma voz de timbre suave, agudo, adocicado e adoravelmente aveludado que perfuma todo o ambiente.
Vinda de Tehya, essa voz vem em uma cadência curiosamente truncada, rígida, dura. E na presença de sobreposições vocais monossilábicas em suas vogais melismáticas, a cantora transforma o cenário e o faz promover uma curiosa sensação de embriaguez no ouvinte. É dessa forma que Biscuits & Gravy se torna irresistivelmente embriagante e entorpecente.
De timbre e pronúncias se tornando gradativamente mais sensuais, a canção assume um caráter libidinoso marcante, enquanto Tehya desenvolve o enredo e deixa visível a percepção do que se trata, especificamente, do diálogo da canção. Ciúmes, competição, raiva, desolamento. Tudo isso somado ao senso de vingança como forma de mascarar a dor de um coração partido.