Diretamente de Tampa, na Flórida, Bill Barlow começou a lançar seus trabalhos neste ano e se utilizando das ferramentas digitais atuais como recurso. Criativo experiente com uma carreira de sucesso em publicidade e marketing, Barlow é há muito reconhecido por sua capacidade de criar mensagens emocionalmente ressonantes. Mas sua paixão de vida reside na composição.
Este é o primeiro álbum de Bill, que tem como objetivo, além de oferecer boa música, também fugir das imposições da indústria musical e seus padrões, disponibilizando músicas de qualidade para todos, sem burocracias e custos exorbitantes, o que ele consegue com êxito em “Emotional Journey”.
Sua forma de compor as letras também são bem particulares, sempre trazendo temas baseados em suas vivências e que servem como inspiração direta para todos, já que refletem de diversas formas em quem as ouve. Descrevendo-se como um “escritor observacional”, Barlow explica: “Observo situações e escrevo a partir delas. Muitas vezes, é uma perspectiva em primeira mão que confere profundidade emocional à obra. Adoro quando uma música contém uma certa vulnerabilidade — dá ao ouvinte a chance de participar ou simpatizar.”
Dito isso, O novo álbum destaca não apenas sua sensibilidade emocional, mas também sua sagacidade característica — com letras habilmente elaboradas que variam do irônico agudo ao humor caloroso.
Outra variável de “Emotional Journey” é sua paleta de cores sonoras. Nele, Barlow transita por diversos estilos. Ido do pop, passando pelo eletrônico e rock, além de diversos subgêneros, ele consegue soar abrangente e uma coisa chama bastante atenção. Bill tem uma capacidade intensa de, mesmo usando recursos digitais e uma amálgama de elementos, criar uma identidade própria. Tudo distribuído em 14 músicas e menos de uma hora, o que dá uma objetividade considerável ao disco, o deixando ainda mais prazeroso de ser ouvido. E agora destrinchamos uma por uma, numa tarefa fácil pelo que se encontra no trabalho.
Trabalho que abre com “Smooth As Glass”, uma peça clássica em forma de balada e com tons modernos que a deixa pop. De melodia fácil, a música prima por trazer um trabalho vocal emotivo e progride de um piano discreto para explodir em um refrão de arrepiar.
Já a segunda composição, “Staying Put” ganha mais consistência, com uma batida firma da bateria e dinâmica mais aceleradas. Um violão como base dá um requinte diferenciado. Uma das melhores do disco “I’ll Never Be Free” chega com uma guitarra bluesística, um baixo cheio de groove e um fundo soul.
Enquanto isso, em “She’s Unreal”, Barlow mostra que está antenado no cenário atual, entregando um R&B revestido de pop e até com conotações emo. Se formos analisar bem, a faixa seguinte “Reharshing (Soul Searching)”, segue praticamente a mesma linha, mas com elementos acústicos e uma batida cativante.
O soul e o funk, banhado com um toque claro de R&B dá as caras em “Loving Sucess”, uma música magistral e com a alma preenchida. Enquanto isso, “There’s Light” retorna ao ritmo de balada, com uma linda faixa unindo um piano e uma guitarra que arrancam suspiros.
A primeira com vocais femininos, “Heaven Knows” chega influenciada pelo gospel, tanto em sua mensagem quanto no instrumental açucarado de melodias cativantes e um refrão pomposo. Até que chega “Everytime I Call”, uma faixa que resgata o fundo blues e com uma abordagem inspirada no soul. O trabalho de guitarras é muito bem inserido.
Confesso que quando vi o nome de “Days Of Rain”, imaginei uma balada fria e dramática, mas na real temos um pop rock cativante mantendo a veia blues (que parece ser uma das principais influências de Barlow) e um ritmo inspirado pelo country.
Logo o R&B com um fundo soul retorna com a sublime “Burning My Bridges”, que prima por trazer timbres aveludados, inclusive umas teclas que entorpecem a alma, dando uma sensação prazerosa ao ouvi-la. “Abuse The Muse” mantém a timbragem, mas é uma balada que traz uma interpretação dramática um lado mais introspectivo.
E, partindo para a cartada final, “Talking In Her Sleep” ganha uma influência intimista do hip-hop, se enveredando pela black music moderna e uma interpretação toda misteriosa e cautelosa, mas com vibrações que invadem a alma do ouvinte.
Fechando o disco “I Never Asked You To Love Me” é inteligentemente uma canção que consegue resumir tudo que o álbum proporciona. Nela, o leitor (futuro ouvinte) irá encontrar elementos do pop rock, a guitarra blues que permeia “Emotional Journey”, a condução rítmica do R&B, além do soul, que prestou seus serviços fazendo a cama de fundo da maioria das composições.
“Quero que os ouvintes sintam algo real. A música tem um jeito de nos ajudar a processar a vida — e às vezes até a rir dela”, finalizou Barlow sobre seu novo álbum e ele precisa saber que é exatamente isso que ele arranca de quem ouve “Emotional Journey”, versátil em sua essência e sonoridade.
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