Desde seu início imediato, por meio da maneira com que a guitarra vai desenhando as primeiras nuances melódicas, a canção, sem demora ou qualquer tipo de cerimônia, vai ambientando o espectador em meio a um cenário repleto de uma amaciada sensualidade. Com uma delicadeza estética com menções de curiosas cruezas, a faixa logo permite a percepção de se tratar de uma forte expoente do espectro da música pop.
Rapidamente tendo seu primeiro verso iniciado, a faixa passa a ser guiada, consequentemente, por uma voz feminina de timbre agradavelmente rouco. Dominada por Casey McQuillen, ela, através da interpretação lírica empregada, consegue amplificar a sensorialidade do espectador no que tange a sensualidade em sua máxima forma. Importante ressaltar, porém, que esse fator de swing é completamente ausente de libido ou de qualquer caráter propriamente sexual.
Com curiosa firmeza e apresentando boa consciência vocal, a cantora, junto ao beat logo inserido na receita da obra, confere à atmosfera uma amaciada e fluida noção de movimento. Esse detalhe, invariavelmente, auxilia no processo de Better ter amplificado o seu caráter de leveza estrutural. A partir daí, fica claro ao ouvinte o lirismo da obra, o qual se deleita na temática do empoderamento de maneira serena, mas, ao mesmo tempo, enfática.
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