Ela se inicia com uma ternura quase angelical. Macia, serena e com uma postura que, além de compassiva, é gentil, a canção envolve o espectador com uma atmosfera agradavelmente branda, charmosa e encantadora. Fornecendo o protagonismo do piano como elemento responsável por disseminar todo o escopo sensorial, a faixa é, ainda durante a sua introdução, agraciada por uma bateria suave que constrói o compasso rítmico com igual sutileza.
Conseguindo extrair sensos de um frescor envolto em uma fragilidade quase pré-púbere, a faixa, assim que adentra em seu primeiro verso, passa a ser regida não somente por uma levada rítmica delicadamente mais acelerada, mas, inclusive, por uma voz masculina de timbre intermediário. De posse de Cody Piper, ela não somente engrandece o viés sereno da faixa, mas acaba que, pela forma como é usada para dar vida ao enredo lírico, exortando um grau de vulnerabilidade que faz surgir curiosidades latentes em razão de sua origem.
Conseguindo rememorar, curiosamente, a paisagem estética majoritariamente adotada pelo Green Day em sua fase 21st Century Breakdown, Be Quiet traz consigo um interessante viés romântico que se percebe envergonhado, rígido e até mesmo amedrontado. Não à toa que Piper usa, da obra, como um meio de capturar a insegurança e o receio de se pronunciar a expressão ‘eu te amo’ pela primeira vez. É assim que a música garante, inclusive, um caráter de ternura que cria um rígido elo entre o ouvinte e o próprio cantor.
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