BARock joga pesado em seu espetacular lançamento “Sturm aufs Paradies”

O projeto suíço, BARock, está de volta aos holofotes com mais um álbum. Este, por sua vez, se chama “Sturm aufs Paradies” que foi lançado pela MaUr-Music. Sem dúvida, este trabalho que sucede ao primeiro full-length “Raus in die Freiheit” (2021) fará muito barulho mundo afora. As influências que vão do punk ao industrial oferecem uma audição construída por várias atmosferas, mas no geral, não representa uma experiência complexa e enfadonha. Sobre este cuidado, o fã deve saber que se trata de um álbum que agrega muito às gerações atuais, que procuram trilhas sonoras para adornarem uma postura de liberdade e transformação.

O álbum de sete canções mais uma ‘bonus track’, começa com a faixa título, que mescla batidas de Trap e distorções de guitarra. Em “Sturm aufs Paradies”o clima pesadão já faz a deixa para o que você confe mais adiante. Contudo, como falei antes, o projeto BARock absorve várias referências. “Memento Mori”, por exemplo, não tem nada a ver com ritmos do RIP-HOP, mas trata-se de uma execução conduzida por um riff totalmente mergulhado no Rock e Metal. Já digo aqui que ela é a minha preferida do álbum. Uma sintonia perfeita de guitarra, baixo, bateria e um vocal ‘dark’. Em “Stell mir keine Fragen” a atmosfera Rock’n’Roll se eleva com uma música de riff largadão, como se faz no Punk Rock e um belo arranjo de teclado que contrasta na melodia. Depois da primeira trinca do disco, “Überwinde jede Mauer” se apresenta com empolgação e continua assim até o término de seus quase três minutos de duração. Com esta música percebemos que a pegada Punk Rock é o que mais o projeto evidencia neste lançamento. Destaque para o baixo nervoso e o pequeno solo que põe charme na nela.

Depois de passar por uma sessão “bate cabeça” com as últimas faixas tocadas, a quinta música “Meine kleine, grosse Welt” chega com uma cara bem mais melódica, conduzida por um violão bem tocado e uma cozinha totalmente comunicativa. Bem que esta música poderia ser tocada em muitas rádios pelo mundo, pois possui uma construção totalmente comercial. Aliás, ela foi o primeiro single deste álbum, lançado em maio. A seguinte, “Alles nicht so leicht”, também saiu como single, mas bem recentemente. Ela traz uma junção de batidas eletrônicas com as habituais guitarras distorcidas. Por outro lado, também está embutida em sua sonoridade uma sugestiva incursão Pop, mas o que se destaca mais é o leve solo no decorrer da execução. Depois disso, chega a última música do álbum “RockBA”. Esta é escancaradamente Punk Rock, mas os seus riffs nervosos não são as únicas coisas que fazem desta faixa o cartão de visitas “Hardcore” do álbum. Os duetos de vozes também são espetaculares. Se você é do tipo que gosta de adrenalina no som, este é para você, mas cuidado! Não se deixe enganar pela pequena introdução de percussão. Depois desse arranjo, a paulada corre solta.

Como dito anteriormente, “Sturm aufs Paradies” possui bonus track nesta versão digital, que é a faixa “FDMG”. Originalmente, ela saiu como single em agosto. Mas, ao mesmo tempo em que muitos outros singles que fizeram o pré-lançamento deste álbum, se tornaram oficiais no repertório. “FDMG” não poderia ficar de fora, mesmo como faixa extra, pois foi gravada contemporaneamente às outras. A canção possui uma levada bem construída, ótimo ritmo com uma cadência trocada de bateria destacando mais as pedaladas duplas. Sob o mesmo ponto de vista, destaca-se o baixo que segura todo o peso e distribui a harmonia. O vocal menos furioso se relaciona bem com o riff inteligentíssimo da música que possui um dos solos mais agradáveis do álbum. Talvez nem devesse sair como bônus e, sim, como uma música oficial da ‘track-list’.

Agora só resta esperar como vai ser a repercussão deste novo álbum do BARock pelo restante do mundo. Antecipadamente, aqui pelo Brasil, já me fez apertar a tecla repeat várias vezes. Além do talento das pessoas envolvidas na música, composição das letras, produção etc, o que este projeto apresenta aqui é um conglomerado de estilos musicais, ricas ideias e uma incrível capacidade para encaixar cada uma dessas ideias nas músicas. É quase profético que este resultado chegue às listas de melhores do ano, além da minha. O desafio também de cantar em Alemão quebra muitas barreiras internacionais e é prova de que o grupo, ou o mentor, não se rende ao capricho da indústria fonográfica. Quem sabe em um futuro bem próximo, o Rammstein não seja a única banda na cena mainstream mundial, a cantar para os seus fãs ao redor do mundo em sua língua materna? Comparações à parte, o BARock já abriu caminho para muito sucesso e, eu, como brasileiro, me sinto orgulhoso por ser uma das primeiras pessoas fora da Europa a enxergar isso.

Para conferir o álbum “Sturm aufs Paradies”, acesse o Spotify.

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