Desde seu despertar imediato, a forma como a composição apresenta seu escopo sonoro não deixa sequer um resquício de dúvida em relação à vertente musical a qual representa. Fincada rigidamente na paisagem do chiptune, ao menos em seus instantes introdutórios, a composição surpreende por fluir para um ecossistema de ritmo sincopado em sua tomada eletrônica.
Nesse ínterim, um sonar sintético bojudo semelhante ao do trombone vai adornando a esfera melódica, ao passo que, no que concerne o enredo lírico, uma voz masculina de caráter ligeiramente ácido passa a desenhar o escopo verbal. Transpirando, portanto, uma natureza estética experimental, a canção acaba explorando certo grau de sensualidade enquanto flerta minimamente com a paisagem da house music.
Adornada por um ligeiro instrumental que traz flertes nítidos para com arranjos de merengue e salsa, boyfie sale ainda chama a atenção por ter, também, o rap como base da cadência lírica assumida por Max Wood. Generosamente vanguardista, portanto, a composição se torna marcante por fundir o já citado chiptune com incursões rítmicas latinas a ponto de lhe conferir frescor e sensualidade, mas, também, certo grau de crueza. Todas essas constatações, contudo, são possíveis de serem identificadas graças a um escopo rítmico que se mantêm linearmente imutável.
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