Ela tem uma estrutura, no mínimo, curiosa. Afinal, logo a partir de seu início imediato, a canção oferece ao ouvinte uma interessante mistura de swing e densidade. Causando, portanto, uma dicotômica ambiência imagética por ir e vir entre o urbano e o praiano, a obra consegue transpirar, por meio de seu inicial rock alternativo, uma malemolência curiosamente melancólica.
De estrutura rítmico-melódica madura desde seu despertar, a canção encaminha o ouvinte para um primeiro verso de ar enxugado em sonoridade. Sob uma tomada acústica, dominada por um violão e uma bateria de levada intimista, a canção, nesse momento, não deixa de escapar a contribuição do baixo em sua base melodiosa. Por meio de uma performance densa, mas encorpada, o instrumento se mostra como aquele elemento a entregar concisão e consistência ao espectro sonoro.
Narrada por uma voz afinada, mas de toques ligeiramente graves vindos de Urban Walrus, Not Today explode em um refrão denotativamente melódico e onde Walrus é acompanhado por uma backing vocal feminina. A partir desse detalhe, a harmonia vocal construída se torna o verdadeiro charme de seu ápice narrativo verbo-sonoro.
Enérgica, excitante e instigante, a canção traz, na união da guitarra elétrica com o timbre grave e rouco de Walrus, a dupla responsável por colocar ingredientes realçadores de sabor. Assim, Not Today explora nuances reflexivas por meio de uma melodia flertante com o campo da música folk.
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