“And Now It’s Time For a Breakdown”: Ann Marie Nacchio lamenta o fim

Depois do brilhante e comovente EP “it’s been a day, a week, a month, a year”, de Ann Marie Nacchio, artista versátil baseada em Staten Island, Estados Unidos, recebemos a segunda parte do projeto conceitual “The Outward Spiral”, o EP “And Now It’s Time For a Breakdown”, um trabalho de 4 faixas de partir o coração, como não poderia deixar de ser. A arrebatadora Ann Marie nos comove novamente com seus vocais envolventes, trazendo mais uma receita de intensidade e maravilhosas melodias.

“And Now It’s Time For a Breakdown” é um mergulho nas profundezas daquilo que sentimos quando nosso sentimento não é correspondido. Lembro-me de ter começado o EP anterior falando sobre o amor, ah, O Amor! Ele nos eleva, bem como nos consome, não é?!

Vamos iniciar falando de “Mo(u)rning”, uma faixa que vamos nos identificar. Sabe aquela onda emotiva que dói no peito? Aqueles pensamentos que nos exaurem o espírito e cada segundo é uma tortura? Estamos vivos e sedentos por vida, mas falta a energia; o sonho daquela companhia que é agora apenas uma lembrança e um desejo daquilo que poderia ser… é um sofrer desmedido, que luta incessantemente para sair deste estado, para sair da cama e sentir algo bom. O piano cria a atmosfera melancólica, é suave e pesado no mesmo passo. A voz doce de Ann Marie vai preenchendo o espaço, enquanto a apresentação da flauta de Lucia Curatolo acrescenta luminosidade, e a guitarra de Adam Tilzer, o vigor necessário. Uma harmonia que abre o conjunto sonoro com a transparência emocional marcante da artista: a paixão ardente virou apenas dor.

Na faixa seguinte encontramos a beleza daquela ponta de esperança que a melodia carrega inicialmente, em que você ainda sente que pode descobrir a salvação para o relacionamento, mas sabe como as coisas serão dolorosas porque percebe o que está acontecendo, como tudo está desintegrando. “Tell Me Something” conta com a profundidade poética da interpretação de Ann Marie, além do seu desempenho ao piano. Há um esplêndido baixo que circunda o ambiente, de KJ the Oddysy, a batida que acompanha o enredo, de Daniel Bradley, além dos delicados dedilhados de Adam Tilzer ao violão. Há, ainda, o destaque para a participação graciosa do violoncelo de Ward Williams.

“Wrong” é aquela sombra emocional que rasga o peito e deixa todas as lágrimas no chão. Oferece um sopro de jazz com uma pitada de balada romântica agonizante. Uma composição que exibe o tom incisivo dos pensamentos e medos irracionais que extenua a pessoa, a deixa sufocar; o amor dilacerante que ficou na promessa e que agora arranca a aura de felicidade projetada, sonhada por aquele âmago apaixonado. O violoncelo entra para criar junto à suavidade vocal de Ann Marie, e as teclas distintas, um ambiente crescente de sofrimento, dor e de certa maneira, a aceitação sobre o descontrole de tudo. A bateria é um grande destaque acompanhando as cordas e dando um tom profundo à atmosfera da faixa. Há os momentos em que Ann sobe o tom e entrega uma performance espetacular!

O tom mais pesado e rock and roll fica por conta de “How”, que encerra o EP. Ann Marie equilibra a doçura do timbre com belíssimos melismas que nos arrancam suspiros, e, desta vez, ela arrasa também nas linhas de baixo para a canção! A guitarra poderosa de Adam Tilzer é um ponto deslumbrante desta arquitetura, que conta, ainda, com a bateria de Daniel Bradley. A faixa é a luz no fim do túnel para nossa personagem sofredora! Ela sabe que precisa continuar, mas levanta o questionamento sobre esquecer a paixão: como se esquece alguém? Como arrancar a dor do fim de um relacionamento? Há uma crueza sentimental transparecendo aqui, que emociona, porque é sincera, impecável, uma potência na entrega; mais uma música impressionante de Ann Marie Nacchio.

Ann Marie Nacchio

Antes de convidar o ouvinte a sentir cada emoção deste conjunto sonoro, é preciso lembrar algo que Ann cita para os fãs: “Se você veio atrás de músicas que resolvem, você veio ao lugar errado”. A proposta é sentir na pele o que a artista traz em seu lirismo e harmonias. “O objetivo deste EP era ser o mais cru e honesto possível, mantendo-se delicado e verdadeiro às sensibilidades estéticas de mim mesma como artista”, revela Ann Marie. Então, caro ouvinte, cada letra, cada nota, tudo foi pensado para tocar o fundo da sua alma, conversar com as emoções, fazer com que as lágrimas sejam um produto de cura, pois outra pessoa está contando e cantando para você uma situação que experimentamos em algum momento de nossas vidas. A paixão que não deu certo e deixa cicatrizes, mas que será superada.

Bom, não é demasia elogiar a obra de Ann Marie Nacchio. É habilidosa, carrega uma verdade comovente quando canta e combina arte e a emoção das relações humanas com um cuidado e significado muito próprio. Não é difícil encontrar conexão, tanto com “it’s been a day, a week, a month, a year”, quanto com o recente “And Now It’s Time For a Breakdown”. Um EP complementa o outro e nos desperta interesse: produções que emanam talento e sofisticação.

Ouça agora mesmo as 4 canções de “And Now It’s Time For a Breakdown” de Ann Marie Nacchio. Vale a pena cada segundo de sua execução!

E se você ainda não conferiu nossa análise sobre “it’s been a day, a week, a month, a year”, basta acessar este link: “it’s been a day, a week, a month, a year”

Quer acompanhar o trabalho de Ann Marie Nacchio? Basta acessar os links.

Facebook

Spotify

Bandcamp

You Tube

Instagram

Digite o que você está procurando!