Alex Uhlmann, em sua estreia solo com o álbum “Home”, atinge o limite da perfeição melódica

Este álbum pode parecer uma estreia para quem não conhece Alex Uhlmann, mas para quem é familiarizado com a carreira do músico, DJ, diretor e produtor musical de Luxemburgo, sabe que este é apenas o seu projeto atual, pois a sua contribuição para este cenário é destacada por várias mídias e bandas que já participou. “Home”, como batizou a sua estreia solo, é um álbum com dez canções cercadas de sentimento e polidez sonora. O universo indie parece lhe cair bem, embora muitos terrenos são visitados pela sua arte. Influências são muitas, mas o que marca mesmo são suas peculiaridades.

O álbum que recebeu algumas contribuições de Luca La Morgia nas composições, começa com a música “Never Be The Same” que, nos primeiros momentos, nos reporta a um caminho de modernidade pelos arranjos e acordes. Para o universo pop, a canção pode receber uma classificação mais madura por possuir grande harmonia entre vocais e instrumentais. Com um perfil de canção para cinema, Alex sabe muito bem o que faz para conquistar o seu público. Não é atoa que seus trabalhos já lhe renderam alguns álbuns de ouro e de platina por lugares como a Itália. Não é surpresa o peso de seu nome.

Publicado pelo selo independente Hoernsenmusic, suas ideias podem atingir dimensões épicas como na própria faixa título, onde percorre um estilo cativante. A leveza de sua música com orquestrações de fundo e um certo equilíbrio nas mixagens já dizem muito sobre a qualidade inserida em “Home”. Um leve toque de piano mais ao fundo, complementando a base dos arranjos se traduz no resultado minucioso desta faixa. Aliás, Alex é autodidata tanto em piano como em violão, sendo que esse dom vem desde a infância. É nessa hora que você percebe que o homem nasceu para dominar a arte.

A música seguinte, “Only For A Minute” já desperta para outro tipo de vibração, um clima dançante e instigado. Entretanto, até chegar a esse resultado, Alex usa todo o carisma de sua voz até a chegada de andamentos mais dinâmicos. Com esse processo de mutação que, aliás, não dura muito, conseguimos notar a versatilidade do cantor através de nuances muito próximas. Dessa maneira não há como ficar cansado de ouvir suas melodias. Resumindo, saturações e burocracias musicais passam longe desta e das outras músicas do álbum. Aproveitando, é um disco que você pode ouvir em qualquer ocasião ou em qualquer lugar.

De todas as músicas relacionadas aqui, talvez “Wild And Free” seja a que recebe mais o perfil de balada. Composta por Alex, Luca e Pancho Ragonese, a canção possui uma aura confortante e é capaz de arrancar suspiros de nossa alma. Sons que remete ao nosso interior geralmente tem um efeito duradouro, e é o que acontece quando ouvimos essa música. Existe nela uma condução melódica que nos envolve como um lençol de seda e nos transporta por vários ambientes. Primordialmente, cantada em cima de notas de piano, essa canção joga em nossa mente um sentimento de pura liberdade.

“Insane”, que é uma das músicas compostas unicamente por Alex, traz mais encanto, mas de formas alternadas. Há momentos suaves e outros mais cativantes. Como isso já é característica do cantor, não há muitas surpresas quanto a mudança de ritmo. No entanto, há muito o que desbravar em suas melodias. A esta altura do campeonato, você já deve ter observado que, além do pop, r&b e ficção científica, Alex se vale de alguma influência psicodélica para embelezar trechos de músicas como “Fading Away”, e consegue tanto que outros estilos de vanguarda como o soul acabam se juntando ao seu portifólio.

Não como comparar músicas como “Paris Or Rome” com alguma tranqueira cheia de overdubs e autotune que surgem atualmente. O lado orgânico de Alex é tão presente neste álbum, que às vezes sentimos que ele está cantando para nós em uma seresta de barzinho. Claro, porém, que a arte do cantor não se limita a isso, mas é um meio de entender que ele não usa efeitos na voz. Na sequência, “Complicated” traz um pouco mais do lado comercial do cantor, com uma música estampadamente radiofônica. Tanto na melodia, quanto na própria duração do tempo, esta canção emplacaria fácil nas rádios pelo mundo.

A parte final de “Home” nos presenteia com mais uma música que poderia estar em alguma série da Netflix. “Because Of You”, possui essa propriedade cinematográfica por trazer melancolia, densidade e explosão em sua estrutura. Para finalizar, uma versão remixada de “Only For A Minute” encerra o álbum. Os predicados da música você já conhece, no entanto, vale muito a pena conferir esta outra versão. Após ouvir essa estreia solo do artista que está em Londres (ING), garanto que sairá da audição com paz de espírito e até com energias renovadas. Mas se você não tem bom gosto para ouvir isso, passe longe.

Ouça “Home” pelo Spotify:

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