A atmosfera é tomada, desde seu início imediato, por um aroma sensual de sabor adocicado. Penetrante e envolvente, a composição vai desenvolvendo um frescor sintético que abraça o espectador, o confortando e o entorpecendo de maneira graciosamente gradativa. Graças ao compasso ondulante da guitarra em meio ao seu riff distorcido de identidade levemente ácida, é possível manter certo quê de lucidez, mesmo imerso em generosos estímulos amorfinantes.
O interessante, nesse aspecto, é que a voz açucarada e levemente rouca de Fe Maletiz ajuda na manutenção de consciência por solicitar, do ouvinte, interesse, curiosidade e atenção ao enredo lírico em processo de desenvolvimento. Auxiliando nesse quesito, o espectro rítmico logo passa a ser elaborado de forma a evidenciar suas silhuetas pulsantes.
É a partir delas que a canção acaba garantindo para si uma veia dançante. Proporcionando a percepção de uma paisagem noturna regida pelo calor, mas também por um frescor extasiante, a canção acaba se arregimentando como uma obra dream pop etérea e de nuances levemente transcendentais. Com esse arranjo, Stranger explora, com toques de romantismo, a atração sentida por pessoas estranhas.
Gravada nos estúdios de Bildjan, a faixa captura a essência da noite enquanto transporta o espectador para uma espécie de reino de storytelling melódico que mistura, estruturalmente, eletropop moderno com influências retros. É assim que Stranger certamente promete conquistar o gosto da audiência mundo afora.
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