Situada na Flórida, mais precisamente em West Palm Beach, a banda The Cravens vem fazendo um trabalho lindo e regular pela cena daquela região. Só álbuns lançados somam quatro desde 2018, além de singles e EPs. Para celebrar esse contínuo processo de criação e evolução, os irmãos guitarristas e vocalistas Bill e John Storch acompanhados por David Simone (guitarra), Bill Meredith (bateria) e Dennis Ambrose (baixo) acabam de soltar mais um álbum chamado “Strangers To The Truth”. Esse trabalho é como se fosse uma vitrine para os fãs, pois reúne vários estilos. Para se ter ideia da qualidade desse álbum, o engenheiro de som Guy Gualtieri e o premiado produtor Andres Mayo trabalharam juntos em sua concepção sonora.

“Long Long Way To Go”, primeira música cujas nuances entregam um hard rock tradicional, descortina uma bela sessão de melodia, empolgação e criatividade. Essas características, por conseguinte, serão habituais em todo o trabalho independente do estilo da música. As peculiaridades de cada uma é que farão a diferença nesse porrifólio de onze canções. Essa, por exemplo, levanta o espírito e nos inspira a irmos longe nos propósitos. Solo bem encaixado, pegada firme e um andamento cativante é o que se extrai dessa composição.
A propósito, as músicas relacionadas aqui são todas assinadas pelos irmãos Storch e em canções como “Hold On To What You’ve Got”, percebemos uma mistura de técnica e virtuose. Além das linhas vocais suaves, os riffs criados para violão realçam o clima de maneira gloriosa enquanto o compasso trabalha a melodia. Todo essa estrutura harmoniosa combinada aos arranjos, engrandece a canção que, assim como as anteriores, possui um solo marcante. Essa balada indie pode aliviar as suas tenções ao mesmo tempo em que explora os seus sentimentos, estimula os seus sentidos e te conduz por um caminho de leveza.
Alguns dias atrás, o The Cravens resolveu soltar um single para campanha de pré-lançamento de “Strangers To The Truth”, essa música foi “Big Ole Sky” que neste álbum é a terceira faixa. A canção é uma típica execução do estilo americano de se fazer pop rock com a típica pegada da banda. É impressionante como o grupo consegue manter o equilíbrio nos timbres, casando perfeitamente com os vocais, seja em baladas como essa ou em músicas mais influenciadas pelo country, como “Around The Bend”. Essa, em conformidade com o que foi dito, possui a pulsação do regionalismo em suas linhas como uma boa música americana deve ser.
Por falar em pulsação americana, sabemos que o soft rock é uma vertente muito cultivada pelos EUA desde os anos sessenta. Muitas bandas de hard rock já aderiram a esse estilo como Bon Jovi, Guns N’ Roses e outras. Para o The Cravens a história não podia ser diferente, já que seus membros, até aqui, demonstraram tanta intimidade com seus instrumentos e letras que músicas como “More Than Sorry” não seriam surpresas. A maneira sofisticada pelo qual se constrói melodias aqui exerce um tipo de ilimitação, o resultado é essa coletânea de inspirações.
Ao começar “Change Is Coming Soon”, o encantamento que se iniciou lá na primeira faixa se transforma em uma aura apaixonante. O andamento cadenciado com arranjos de teclados e uma acústica de violão na base, mantêm a beleza do som. Com um encaixe ainda mais legal, o refrão emenda com o solo de guitarra que completa a magia. Depois disso vem o contraste com “South Of Spain” que, assim como a canção que abriu o álbum, possui uma pegada mais solta. Sem deixar a beleza diminuir, a música prima por suas linhas mais festivas, vocais mais marcantes e um baixo proeminente. Talvez aqui você encontre um dos melhores riffs do álbum.

A seção bluesy não podia faltar e, aqui, ela está representada por “Heart in the Rain”. Um verdadeiro baile de virtuosismo e delicadeza embalado por uma guitarra cristalina e vocal emotivo. O solo subindo degraus nas escalas é de arrepiar a espinha. A sua sucessora, “Monday Morning Thing” já é mais solta, mas não como um rock’n’roll de vanguarda e, sim, como uma boa canção pop que toda família pode ouvir no aparelho de som. Aqui que já é quase o final do disco, você percebe toda a cristalinidade da produção.
Na sequência, a faixa título “Strangers To The Truth” chega corroborando para um álbum mais pesado, embora versátil. Há nas linhas musicais dessa música algo de Rolling Stones e The Who, por aí você tira onde essa galera foi se banhar para nos presentear com tais “petardos”. Curiosamente, essa é a música mais extensa desse lançamento. “The Gift It Brings” não é tão grande e pesada, mas assim como as suas irmãs possui um clima gostoso de se ouvir com sua pegada introspectiva. Para resumir esse feito do The Cravens, podemos dizer que aqui se finca um marco na história da banda. Talvez a partir daqui se inicia uma nova fase para o grupo elevando “Strangers To The Truth” a um álbum divisor de águas.
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