Block relança disco remasterizado e com bônus

Block assinou um contrato com o selo Meridian, subsidiária da ECR Music Group, que pretende relançar alguns de seus trabalhos com uma produção restaurada e remasterizada. Aqui temos uma delas. Trata-se de “The Last Single Guy [Deluxe Edition]”, que foi restaurado e mixado por Blake Morgan (Lenny Kravitz, Janita, Lesley Gore).

O trabalho foi originalmente lançado em 2006, ou seja, há quase 20 anos. Com três músicas bônus inéditas, o disco mostra o quão soava atemporal, pois se encaixa perfeitamente nos dias de hoje e sem cair em tendências, apenas em seu conceito geral e com uma boa lapidada em sua produção.

Logo, o disco que contava com as 14 músicas originais, agora é composto por 17 músicas em quase uma hora de duração (58 minutos e pouquinho, mais precisamente), onde Block transita pelo indie, folk, lo-fi, rock alternativo e pop, sem fechar seu leque e muito menos criando um rótulo.

Por falar nisso, Block é um artista que completará, ano que vem, 30 anos de estrada. Isto é, não estamos diante de ‘qualquer um’. Surgindo quando a música alternativa ainda estava no ápice, o artista de Nova York foi elogiado muitas vezes, inclusive por publicações como a Rolling Stones Magazine, que disse que Block era um artista que não se encaixava em uma gaveta musical.

De fato, é isso que podemos conferir no seu agora novo disco, mas não tão novo assim. Porque ele transita pelos trilhos de gêneros e subgêneros nem sempre comuns uns aos outros criando uma identidade própria, além de conseguir entregar um repertório homogêneo.

O disco começa com a versátil “Color of Heaven”, que segue, de certa forma, a regra das faixas de abertura, que é apresentar o trabalho da forma que ele mais abrange. E realmente conseguimos sentir isso, pois nela encontraremos elementos do indie rock, folk e pop alternativo, que pode ser um belo cartão-de-visitas de Block.

A música é precedida por “Sweet Potatos Pies”, que chega com influências do hip-hop, jazz e lo-fi, num ritmo que cativa desde o início e traz um piano muito bem sacado. Logo vem “Ave. A”, uma música poderosa, com metais que vibram em sua essência e um ritmo introspectivo que mais uma vez ganha um contexto do jazz, mesclando-se com o pop.

O ritmo com groove, com batida trip-hop e uma levada cativante, retorna em “Easy”, a prova de que Block consegue soar a frente de seu tempo quando lembramos que o disco saiu em 2006 originalmente. Enquanto isso, “Christine’s Loft” é uma composição que prima por trazer uma balada com sintetizadores psicodélicos e melodias atípicas.

“Molly Malone” é um indie folk bem sacado, com leves toques de rock, onde Block recita o verso de forma intimista. E por falar em folk, o moderno e alternativo é o que molda “The Rising Slipped Off” com sua encantadora veia intimista e a guitarra auxiliar excepcional.

Uma veia pop country entra em erupção na magnifica “Far Away” que, incrivelmente, apresenta uma cozinha consistente e com uma pegada sensacional tendo um piano requintado como contrapeso. O pop rock “Ruma Jean” pede passagem, com uma riqueza de arranjos que impressiona, ganhando tons psicodélicos novamente.

“Do You Know The Way”, por fim, chega com uma base mais uma vez com ‘groove’, porém de uma forma ainda mais descontraída, enquanto “Swing Set” traz referências em uma cozinha espetacular, com baixo vibrante e bateria muito bem sacada.

O folk moderno retorna com “It Rained All Night”, do qual Block não adiciona nada além do seu violão bem sacado e sua voz grave estonteante, onde ele mostra a organicidade necessária da canção. Com “Show Business”, a faixa que fecha o disco original, ele aponta ares experimentais, com mescla de folk e jazz.

Partindo para as músicas bônus, podemos ver o quão encantadora é “Cream Crackered”, um horror rock (instrumentalmente) com leves toques de country, que mostra a evolução natural dos tempos pra cá de Block. Já “Hands Up” segue o conceito de um indie rock mais introspectivo, com ritmo quebrado e melodia diferenciada. Enquanto “Run Run Run” mostra uma veia garage rock com lo-fi que soa bem característica, principalmente para quem acompanha de perto o trabalho de Block.

Fecha o disco uma versão revisitada e minimalista de de “Ave. A”. Intitulada “Ave A. Reprise”, a música realmente mostra o verdadeiro poderio de Block, sendo uma de suas principais e mais belas composições, apesar de aqui estar como uma mera ‘outro’ de 40 segundos, que fecha o disco magistralmente.

Por fim, mesmo tendo um trabalho primoroso de remasterização, o que levou a cabo o lançamento, “The Last Single Guy [Deluxe Edition]” teve sua organicidade intacta, pois é uma das principais características do disco, que o fortalece e lhe dá ainda mais originalidade. No mais, desafio a qualquer um a encontrar um rótulo no qual possamos encaixar a música de Block.

https://ecrmusicgroup.com/labels/meridian/block/

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