Em Cool car, but i’m the broken one, Ryan John explora como as coisas materiais escondem as inseguranças

Ela nasce fresca e delicada através dos dedilhares frágeis executados pela guitarra. Exortando uma sonoridade mansa, o instrumento acaba transpirando uma postura cabisbaixa que evidencia uma natureza melancólica pegajosa a ponto de contaminar toda a atmosfera da obra. Assim que o primeiro verso se anuncia e o enredo lírico começa a ser desenvolvido, uma série de novas energias passam a compor a experiência do ouvinte em relação à canção.

Por meio de seu timbre afinado de raspas aveludadas, Ryan John não demora em exorcizar uma postura visceralmente sofrida. Despertando a percepção da agonia como mote de seu estado de espírito, o cantor propõe um vislumbre vulnerável no que se refere à atmosfera geral da composição, enaltecendo, assim, o senso de insegurança que transcende os limites do som.

É nesse momento em que a canção, além de evidenciar suas nuances pops, escancara suas naturezas sentimentais que proporcionam uma inclinação estética para o campo do emo. Estruturalmente, diferente do escopo lírico-melódico, a faixa se deleita para uma batida sincopada que traz consigo o trap como guia rítmico, o que oferece nuances de uma racionalidade que rompe, mesmo que ligeiramente, a angústia proferida por John como forma de dar vida a um enredo que reflete como os meios materiais conseguem esconder as inseguranças.

Mais informações:

Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/40FBumFbjItYXVbDXKiTtI

Instagram: https://www.instagram.com/ryan.merolla?igsh=MmNkamJoeHJ2cHUx&utm_source=qr

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