Tragedy | Tate Simms lança single marcado por uma sonoridade dinâmica

Existe, em meio à sua introdução, uma energia densa que flerta com o início, uma embrionária brutalidade. Experimentando, ainda, ligeiras nuances fantasmagóricas em virtude da maneira com que as primeiras linhas líricas são introduzidas, a canção, conforme se desenvolve, vai mostrando que sua verdadeira essência recai sobre a delicadeza, o torpor, o transcendental. Tudo com uma espécie de vulnerabilidade estética palpável.

Enquanto a sonoridade protagonista se deleita em uma paisagem digital, a guitarra, com seu riff agudo e ligeiramente ácido, corda o torpor com sua desenvoltura tremulante e de noções vívidas. Nesse ínterim, também é necessário salientar a presença do baixo, instrumento que entrega não apenas corpulência à melodia, mas, principalmente, precisão e consistência à atmosfera sonora.

Assim que o primeiro verso enfim se anuncia, com a entrada de uma linha lírica moldada perante uma voz masculina intermediária entre o grave e o agudo, a canção passa a experienciar notas de uma interessante rispidez, mas que não rompe a sua delicadeza estrutural. Na posse de Tate Simms, tal voz, de forma a trazer uma ligeira semelhança com aquela de Lenny Kravitz, faz com que a presente obra viva uma espécie de fruição entre o R&B e o rock, graças à guitarra que se torna mais evidente através de seu riff rasgado.

Com sua atmosfera pulsante e pungente, que mistura, portanto, elementos estéticos do R&B e do hard rock, Tragedy traz Simms incentivando o ouvinte a confrontar as realidades do mundo atual enquanto lhe permite se deleitar no sonho de um novo amanhã. Nesse processo, a faixa destaca o poder da música no que tange a provocação de mudanças e na difusão do senso de esperança.