Criado em São Francisco na longa ressaca da era hippie, Gold é filho do romancista “beatnik mais velho vivo” Herbert Gold e da mãe solteira Melissa Dilworth. O fato de vir de um cenário totalmente musical na Califórnia, faz com que realmente esperemos muita qualidade daquilo que o artista oferece.
E, para o bem de nós, meros amantes da música, Ethan Gold entrega um trabalho magistral, que tem uma mescla de elementos que dá muito certo, além de despertar vários sentimentos. Tudo muito bem encaixado em “Mirror Don’t Have Any Feelings”, um folk moderno, com detalhes nos arranjos e uma melodia cativante.
A música prima por trazer um andamento cadenciado e uma melodia inocente, onde um piano conduz as bases mais firmes, enquanto o charme fica por conta de harmônicas vanguardistas de fundo. Tudo com uma cozinha correta, cordas discretas, mas fundamentais e uma aura dos tempos ingênuos do romantismo.
Por outro lado, “Mirror Don’t Have Any Feelings” tem um fundo psicodélico, que pode ser sentido pelos mais observadores. A letra, inspirada em desilusão amorosa com final trágico, fala sobre as lutas de tantos jovens para obter aceitação da família e do mundo e serve como alerta a tantos casos como este. Belíssima!
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