É como estar preso em um ambiente sombrio. Um ambiente em que as paredes são de pedras úmidas e o aroma é de enxofre. Um lugar em que a sombra impera e que a luz natural não tem sequer uma fenda para tentar fornecer súbitos alentos de esperança. Nesse ecossistema, o indivíduo, invariavelmente, é colocado em contato direto com suas fraquezas, seus medos e seus demônios.
Provando a sua natureza asquerosa e repugnante, a canção, aquém do seu escopo sensorial, se desenvolve através de uma guitarra de riff ácido e grave e de andamento lento. A partir desse instrumento, a canção se aprofunda no soturno, no desalento. Na falta de esperança e na mais rascante sensação de incredulidade. Na raiva. No ódio. Na dor em sua forma visceralmente lancinante.
Melancólica, dramática e sombria, a canção se configura em um produto em que a compaixão e a convalescença andam lado a lado. Em I Hate That I Love You, Dax não propõe somente um aprofundamento nas densas experiências do relacionamento íntimo. Aqui, por meio do rap, o cantor propõe uma reflexão profunda acerca das adversidades que a paternidade pode oferecer. E é justamente aí que a obra se torna não apenas tocante, mas, principalmente, chocante.
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