John Michael Hersey lança vigésimo disco, “Smoke Rings”

John Michael Hersey é um artista que pode ser considerado de vanguarda, além de ser multifacetado. Para entender isso, temos que contar um pouco da sua história, mas tudo fica bem nítido quando ouvimos seu mais novo disco, este “Smoke Rings”, que abre os trabalhos do norte-americano, de Pelham, Nova York.

Hersey aprimorou sua arte na vibrante cena musical de Greenwich Village dos anos 80 e 90, dividindo palcos com artistas notáveis ​​como Suzanne Vega, The Spin Doctors e Joan Osborne. Durante esse período, ele também foi diretor musical, guitarrista e cantor do lendário grupo de doo-wop Speedo and the Cadillacs.

E não foi só o cenário musical em que ele viveu. Hersey se arriscou no teatro, com papeis principais em produções da área de Nova York de An Enemy of the People, Deathtrap e The Weir. Não somente isso, ele também apareceu em filmes como Holistay e Magic in the Maze. Como se não bastasse, Hersey também se enveredou pela literatura, sendo autor do livro “Forever Doo-wop”, uma obra que detalha suas experiências com os Cadillacs e outros grupos vocais, publicado pela UMass Press em 2010.

Ainda não acabou, pois o cantor, músico e compositor também é gerente e professor. Ele é gerente de Artes Criativas na The Fortune Society, uma organização sem fins lucrativos dedicada a ajudar indivíduos envolvidos com o sistema de justiça criminal, além de compartilhar sua experiência como Professor Assistente Adjunto no departamento de Música e Teatro da Manhattan University.

Tudo isso parece refletir na sonoridade de sua música, pois a versatilidade do novo disco nos deixa essa impressão. Mas, não significa que Hersey entregue uma salada sem sentido ou sabor, mas sim que ele consegue a façanha de ser versátil dentro do rock que propõe. Nos pouco mais de 47 minutos, distribuídos em 13 faixas, o ouvinte irá encontrar elementos do blues, jazz, country, folk e pop. Tudo bem mesclado, mas também distribuído, o que acaba resultando na identidade do artista.

“Welcome To My Country”, que abre o disco, pode ter um título sugestivo, além de ambíguo, e isso simplesmente foi uma ideia genial para abrir o álbum. E realmente temos em mãos uma canção que abrange um southern rock fenomenal, ou seja, o subgênero que mistura country e rock, aqui em especial, com um ritmo cativante e já revelando os belos timbres que o disco possui.

A faixa título começa com um piano que chama atenção, mas engana quem pensa que é uma balada. Apesar de romântica, a música prima por ser um jazz rock, onde o country ainda se faz presente e as incursões de guitarras são primorosas. Incrivelmente, apesar de mais objetiva e menos ‘ingênua’, “Angel Tree” parece complementar sua coirmã antecessora, trazendo também um ar mais comercial.

Se você não se cativar com o ritmo bem sacado de “I’ve Got No Time”, procure ajuda, pois ela traz descontração junto com arranjos magistrais e uma pegada mais que interessante. Enquanto isso, “Something Sexy” pende para um country mais comercial e com uma melodia interessantíssima! Uma das faixas mais legais do disco.

Enquanto isso, “New Fangled Friends” é um rock clássico de riffs distorcidos, que só não perde seu requinte porque o piano continua ali firme e forte. Piano aliás que dá as cartas na balada ‘bluesy’ “One Day”, que fica em grande contraste com a inocente e sublime “Happy Highway”, um pop romântico que poderia estar em qualquer filme de época.

Mostrando variação, tanto nos arranjos, quanto na batida, “Don’t Go Now” mostra uma veia inspirada no bolero, mas sem perder a essência rock do disco. Enquanto isso, o blues pede o retorno, mas dessa vez mais sisudo e sacana com “Reality”, que tem solos oportunos magistrais.

E entrando na reta final, se você conhece o “Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, filme lançado em 2001, vai entender o porque de achar que “Lovers Love” cairia como uma luva no longa. Pois trata-se daquela balada clássica romântica, com tons ingênuos, um piano magistral e guitarras maravilhosas, além da melodia estupenda.

Com uma veia folk, “Somewhere On Earth” se mostra a canção mais orgânica do disco, e não só pelo seu aspecto e inclusão de instrumentos acústicos, mas também sua abordagem e essência. Incluindo a letra reflexiva.

“Jaguar” chega para fechar o disco e com a fórmula oposta de “Welcome To My Country”. Afinal de contas, trata-se de uma semi-balada, um tanto quanto introspectiva, que prima por trazer a base de piano em perfeita comunhão com a bateria ‘jazzística’. A interpretação de Hersey é emocionante, assim como solo de guitarra, que chega justamente quando não esperamos mais algo do tipo.

Não tenha dúvidas que John Michael Hersey nem imaginava estar compondo seu vigésimo disco, pois o senso criativo e a gana sentidos no trabalho parece de alguém que está estreando, com exceção da maturidade e do bom domínio em cantar letras que parecem trovas modernas. Grande trabalho!

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