Robert McGinty lança um poderoso álbum de melodias chamado “Chanson à La Lune”

“Chanson à La Lune” é o mais recente álbum do virtuosíssimo músico inglês Robert McGinty. Com grande qualidade musical, o trabalho lançado em fevereiro de 2025 transita pela música clássica, ainda que o compositor traga influências dos violonistas solos John Williams e Julian Bream. Sinteticamente falando, o disco fomenta uma mistura de estilos que refletem a dinâmica de McGinty. Entre as músicas, posso citar “The Awakening”, “Western Gavotte” e a faixa-título como grandes momentos. Cada composição nos oferece uma experiência, sempre destacando as habilidades de Robert. O álbum já se encontra em todas as plataformas digitais como Spotify, Deezer e Tidal.

De cara, o álbum já abre com dois lindos momentos – vale lembrar que composição, execução dos instrumentos e produção foram feitas pelo próprio Robert. –, o primeiro é “The Awakening”. Como o próprio nome sugere, posso deduzir que essa música seja uma evocação a algo que traga renascimento, ou seja, uma nova expectativa de vida. O segundo momento está representado na peça “Western Gavotte”, que me lembra um movimento teatral de corte francesa. Poderia ser uma gavota? Bem, para a viagem ser ainda mais palatável, eu recomendo a audição sequencial dessas duas músicas, pois são curtas, embora possuam conteúdos gigantes!

Robert McGinty continua a esbanjar talento em “Solo Symphonette”, que ao longo de seus pouco mais de dois minutos de duração, oferece uma experiência sinfônica de dimensões incalculáveis pela sua doçura e suavidade. Esse lance de criar fascínio em pouca duração, já traduz a marca do compositor que consegue encapsular tudo em um pequeno recipiente. Retornando às texturas, em “The Stormy Sea Voyage to the Hebrides” nota-se o pulsar de quem evoca as tempestades marítimas nas ilhas Hébridas. Seria essa uma boa analogia, possivelmente inspirada nos cenários escoceses e seus relatos náuticos triunfais. Nessa música você deverá sentir algo emergir de dentro para fora com incrível energia.

Na sequência, o jovem talento britânico nos abraça com “Popping Popette”, uma entre outras faixas que apresentam melodias cativantes, que combinam os habituais elementos clássicos com formas contemporâneas. Isso reforça o lado versátil de Robert que é capaz de arrancar do ouvinte o mais profundo sentimento. Na sequência, “Ostinato e Semplice” massageia mais ainda ouvidos sensíveis, apresentando um corpo flexível, baseado em padrões voláteis e sutis. A melodia contempla um sentimento brando, enaltecendo a suavidade. Em conformidade a esses padrões, os timbres são agridoces e geram uma atmosfera abstrata, onde a cena criada por sua imaginação se transforma em complexidade sonora.

Depois disso, a música “Fanfare to Victory” chega de forma vibrante, e é uma das execuções de “Chanson à La Lune” que lembra o verão das quatro estações. A composição se destaca por uma intensa energia, ao combinar boas harmonias e melodias. Juntas, essas qualidades nos dão ideia de celebração. Por falar em estações do ano, “Springtime Minuet” alavanca a essência da primavera. Suas melodias são suaves e as pontes harmônicas delicadas. Como minueto, a peça pede por alegria, frescor e beleza, tal como as características da primavera, a estação mais graciosa.

Dando continuidade ao álbum, “Playing to the Sunset” talvez seja por muitos a instrumental menos complexa. Sua estrutura é composta de poucos acordes que se repetem na base. Contudo, A música combina melodias suaves com a tranquilidade de um pôr do sol. Ao ouvirmos seus trechos, nos deparamos com paz interior inegociável. Como em sequência de obras conceituais, “Playing to the Moon” surge com mesmo tipo de melodia. Entretanto, dessa vez a sua atmosfera é voltada ao luar da noite. Ambas as músicas trazem um protagonismo sensacional do violão, que nos faz entrar em transe por sua delicadeza e relaxamento.

Como falei no início do texto, a música “Chanson à La Lune” é um dos pontos mais altos do álbum. Aqui, Robert McGinty, nos mostra mais frações de sua destreza com o violão e composição de melodias. De maneira introspectiva e virtuosa, o músico nos transporta a um banho de luar sonoro. Ao dar seguimento, encontramos em “Ode to the Joyful Season” uma música festiva e cativante. Sua estrutura dançante conduzida por flauta, celebra a alegria de espírito de uma estação vibrante. McGinty, nesse conceito, chega a ser um verdadeiro trovador com seu poder de entretenimento e valor cultural.

A última dobradinha do álbum se inicia com “The Traditional Carol”, que é uma composição encantadora, onde captura a essência natalina. Tudo aqui é muito bem-feito, nos permitindo lembrar de luzes, neves e celebrações entre familiares. Um verdadeiro retrato dos bons costumes. Tudo isso deságua em “Christmas in Times Gone By”, que também possui efeito natalino, embora com significado mais intimista. Ou seja, a última música do álbum faz ressurgir memórias que temos do passado, sejam elas com fontes carinhosas ou mesmo melancólicas. Em resumo, “Chanson à La Lune” é um álbum condutor de gatilhos que, ao dispará-los, nos atinge na mente e no coração.

Ouça “Chanson à La Lune” pelo Spotify:

Digite o que você está procurando!