Desde seu início, a canção explora uma atmosfera macia e agradavelmente entorpecente. Delicada e fresca em sua máxima essência, a canção ganha acréscimos generosos de contágio graças ao auxílio do timbre adocicado e sereno de Richard Walters preenchendo as camadas líricas.
Garantindo, a partir da voz do cantor, um caráter inebriante e quase transcendental, a faixa, por meio da sonoridade presente na base arquitetônica, faz com que o espectador não sinta apenas o seu frescor banhando a pele. Ela é capaz de conseguir mostrar a capacidade sensitiva do ouvinte em enxergar, no horizonte mais profundo, a paisagem crepuscular que traz consigo a chegada de um novo dia. São como lapsos de esperança deixando o cenário em tons vividamente coloridos.
O curioso é perceber que, em dado momento, a versão remixada que Tate Sedar fez para Eat Sleep tira o ouvinte de seu estado latente de torpor e o coloca em contato com algo capaz de fervilhar o sangue e deixar a adrenalina correr livremente pelas suas veias. É o efeito da mistura do techno com house music perante uma paisagem completamente noturna e festiva. Uma cenografia que faz com que o ouvinte queira ir para o centro da pista de dança e, simplesmente, gastar toda a energia despertada.
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