Hyde Out se consolida com quarto disco “Moonfactory”

Formado por Omar Merlo e Jaka Levstek em 2014, há 10 anos o Hyde Out, apesar de trabalhar com singles, é aquele tipo que ainda acredita nos álbuns, chegando agora ao seu quarto lançamento cheio. Isso é uma boa forma de unir o velho e o novo também em formatos, além de sua própria música.

Eles já lançaram discos “Technocolour Ghost” em 2018, onde deram os primeiros passos, além de “Smoke and Mirrors” (2020) e “Tunnel Vision” (2022). Pode notar que o tempo entre os discos, incluindo este que acaba de sair do forno, “Moonfactory”, entrega uma regularidade do duo, o que faz com que sua sonoridade também siga essas características.

Isso faz com que os álbuns mostrem uma abrangência gradativa do Hyde Out, do qual, a cada um, eles acumulam mais elementos que vão inserindo em sua sonoridade. Tudo mantendo um bom equilíbrio, além da própria identidade moldada nestes 10 anos.

Logo “Moonfactory” é um disco que chega com a maior versatilidade que eles podem entregar até então. E essa versatilidade transita pelos trilhos do rock alternativo, indie, pop rock até hard rock, folk e outros elementos que acabam caracterizando a sonoridade do duo. Tudo de uma forma balanceada.

O novo disco chega com 13 faixas em quase 50 minutos, imergindo o ouvinte em uma viagem musical com letras de teor introspectivo, mas muitas vezes com mensagens positivas, porém realistas. Não se trata de um disco conceitual exatamente, mas sim com um tema central e as ideias por traz da mente da dupla.

Tudo com uma produção que condiz com a proposta da sonoridade, ou seja, que soe orgânica, mas aproveite cada recurso tecnológico disponível nos tempos atuais, sempre sabendo explorar na medida e com a dose certa. O resultado só acrescenta ainda mais ao disco.

A abertura com “Oblivious” é épica. Com uma guitarra que chora de início, tendo uma cama atmosférica de teclados de arrepiar, a música começa com uma mescla de indie e progressivo que encanta de cara. De melodia cativante, é uma música que serve perfeitamente como abertura, pois traz diversos elementos que encontramos no disco.

Com um teor dramático inicial, mas a fúria imposta do meio pra frente, “Dedicate to the ones who want me dead” mostra que o duo sabe medir também a agressividade. Enquanto isso “Only Words” revela a primeira faceta indie rock do Hyde Out, mantendo o teclado ao fundo, o que é uma das melhores premissas do disco.

“Games we play” ganha um contorno mais sério e ‘old school’, elevando a banda para um rock romântico um tanto quanto mais sério. Ela curiosamente sucedida por um hard rock de guitarras gritantes e que nos remete aos momentos mais festivos do estilo. Trata-se de “On your way” que, mesmo com os contextos mencionados, prima por ainda ter ao fundo um certo ar sombrio.

Mantendo a energia, mas pendendo mais pro rock alternativo, “Firefly” chega com uma cozinha vibrante e cheia de pegada dando apoio a uma base de violão cativante. “Power-coated penguin in undisclosed location”, apesar de seu nome peculiar, é uma faixa que traz o rock clássico contemporâneo à tona com um trabalho primoroso de guitarras, lembrando até mesmo o famigerado Dire Straits.

“Another Life” foi um dos singles divulgados como prévia. Ao ouvir a canção notamos que a escolha foi bem acertada. Afinal de contas, a canção mostra que é de fácil compreensão, mas cheia de detalhes. Praticamente uma semi-balada, ela ganha contornos pop sem perder sua essência no rock proposto pelo Hyde Out. Já em “Bring On” eles entregam um dedilhado acompanhado por um fundo de música clássica que só embeleza o trabalho.

E o dedilhado se mantém em “Cityscape 49”, mas de uma forma mais agressiva e sem tanta melodia, além de apresentar vocais mais dramáticos. O legal é que a música muda levemente de clima e revela um refrão maravilhoso. Enquanto isso, o rock alternativo mais intimista retorna em “Kryptonite” e seu ritmo versátil, além do ótimo trabalho das guitarras e da cozinha.

“Go High”, outro single que foi divulgado previamente, é um rock intenso, com uma veia alternativa lembrando muito do que foi exposto nos anos 90, porém com uma pegada bem atual. Agressiva e explosiva, a música mescla peso e melodia na medida certa.

“Moonfactory” fecha com “Oblivious (reprise)” que na verdade é um lado mais explosivo da faixa de abertura, contando com mais agressividade em seu instrumental, além da incursão de sons de violino um tanto quanto mais na cara. E a banda fecha o ‘tracklist’ em sua bolha.

A sensação que “Moonfactory” deixa é que o Hyde Out definitivamente tem sua identidade, mas para ouvinte realmente é dar um tempo do mundo externo para viajar em um disco versátil, mas muito homogêneo. Mais um trabalho que o duo londrino soa muito mais que acima da média.

https://hydeoutband.com

https://www.facebook.com/hydeoutband

https://open.spotify.com/artist/55wiCtQ2meBWxxwFkPZNCk?si=prZQOjgqQTq0oHAOTI7LGQ

https://www.youtube.com/channel/UCXMd_UNzylhCTWfH0JVaEYg

https://www.instagram.com/hyde_out_band

Digite o que você está procurando!