A maneira como o violão soa na introdução já é capaz de fornecer uma harmonia delicada e aveludada em seu toque de dulçor. Estruturalmente macia e capaz de ser interessantemente tocante graças à contribuição do teclado, ela acaba explorando uma atmosfera frágil e espirituosa que ganha força a partir da entrada de um vocal masculino de timbre afinado e equilibradamente açucarado.
Conforme a canção vai tendo sua atmosfera desenvolvida perante o primeiro verso, o baixo entra em cena ofertando punchs secos que conferem notas de consistência e pressão que fortalecem o escopo melódico. Rememorando o timbre de Eric Martin, o presente vocalista faz com que a canção transcenda a significância de veludo, afinação e agudez, mas demonstrando total controle e conhecimento de suas próprias capacidades como cantor.
Mergulhando, enfim, em um refrão fragilmente harmônico e com uma melodia simples que flerta com uma paisagem folk, Souvenirs acaba conquistando uma essência radiofônica em virtude de suas qualidades rítmico-melódicas chicletes. Conseguindo ser, inclusive, entorpecente, a canção, em meio à sua estética ondulante, permite ao sonar adocicadamente ácido do teclado um agradável protagonismo que acaba destacando as silhuetas harmônicas que engrandecem toda a sua paisagem. Uma música, definitivamente, hipnotizante em sua musicalidade espectral.
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