É como estar flutuando na imensidão escura do espaço. Ou, também, é como estar dentro das profundezas do inconsciente caminhando pelos infindáveis armários de memória que preenchem o calabouço da mente. Por meio de uma sonoridade sintética de ambiência atmosférica, o ouvinte se vê irresistivelmente sob o efeito denso da embriaguez.
Contudo, sonares pulsantes são notados como uma forma de tentativa de manter o espectador no controle de suas faculdades lúcidas. Em vão. Afinal, o senso de torpor é percebido de forma afiada na introdução, que não mostra qualquer sinal de transformação estética que faça com que o cenário fuja desse mergulho psicodélico.
Nesse ínterim, porém, o ouvinte acaba percebendo uma voz que se coloca na esfera lírica sob uma pronúncia tão sussurrante que quase passa como um efeito de brisa. Um chiado que dá à canção uma conotação branda de crueza. Mesmo sem a total compreensão daquilo que está sendo dito, o público consegue notar o sotaque francês vindo desse novo elemento.
Dando, mesmo que de forma bem tímida, charme à canção, essa voz, em dado momento, dá ao espectador a impressão de ter sido algo como a sonorização da mente, visto seu rápido sumiço. A partir daí, a canção retoma seu instrumental digitalizado, o qual, agora, acaba explorando um tanto mais de fluidez e requintes mínimos de sensualidade. Com essa receita, Jean-Philippe Ruelle faz de Callpeax uma obra que espalha a mensagem ‘ouse a paz’ decodificada na forma numérica.
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