A canção surpreende aos ouvintes desavisados pela simples razão de ser agraciada por uma introdução construída por meio de sobreposições vocais que levam a um escopo lírico-melódico embriagante. De paisagem retro por meio de sua atmosfera flertante entre a sonoridade do Abba e do A-Ha, é possível de ser identificado um toque de dulçor sintético que permeia todo o amanhecer da canção.
Assim que entra em seu primeiro verso, porém, a música é imbuída em uma melodia que exorta uma energia melancólica e curiosamente sombria. Por meio de uma bateria de levada linear, mas consistente, o ouvinte é capaz de se manter no domínio de suas faculdades lúcidas, ao passo que o sonar adocicadamente ácido do teclado percebido na base sonora dá continuidade ao seu esforço contrário com intuito de hipnotizar o espectador.
Trazendo em si também uma agradável mistura de uma espécie de rock alternativo oitentista, a faixa acaba tendo nas linhas líricas pronunciadas por uma voz masculina de timbre agudo e levemente fanhoso mais um elemento que tenta manter o espectador consciente. Porém, ainda que a obra tenha um caráter estrutural leve, seu enredo verbal traz um cenário completamente oposto.
Em Happy People Won’t Hear, o Arn-Identified Flying Objects and Alien Friends dialoga, em tom irônico, sobre um mundo imerso em um buraco negro de guerras, opressão e violência que as pessoas ricas, aqui metaforizadas como pessoas felizes, não veem e não ouvem. Dessa forma, a hierarquia monetária entra em evidência mostrando que o vão entre ricos e pobres não é apenas uma realidade histórica, mas a cada ano, se torna cada vez maior.
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