Sukh lança álbum mais objetivo e emotivo

Sukh é um cantor, compositor e médico nascido em Wolverhampton e residente em Manchester. Ele está no cenário há mais de dez anos, tendo lançado seu álbum de estreia, “Kings”, em 2013, do qual ele obteve ótimas críticas. Talvez esse tempo explique o quão a sonoridade dele é contemporânea, o que já é um bom acumulo de pontos.

Em shows pelo seu território, Sukh apoiou nomes como Basia Bulat, Nizlopi, Beth Rowley, Stu Larsen e Natsuki Kurai. Cair na estrada também colabora para o senso criativo do artista, que anda tão antenado com os tempos atuais, o que dá mais um pouco de pontos a ele.

“Galactic Love Machine”, lançado em outubro de 2018, marcou sua segunda oferta, e um pensamento lírico conceitual, o que se tornou algo característico na carreira do artista. Aqui ele falava sobre a natureza dos sonhos e ambições, a transitoriedade do tempo, a luta pela adversidade e a revolução das atitudes pessoais.

O segundo disco ganhou um relançamento em 2020, por isso a demora entre ele e o terceiro trabalho, “Age of Strangers”, lançado em 2022, e que abordava conflitos, os perigos da polarização, mídia social e o colapso do diálogo e da nuance na sociedade. Ou seja, um tema que ainda continua atual.

Ah, sim. Mas e a sonoridade de Sukh. Trata-se de algo versátil, onde ele aposta em diversos gêneros, mas com ênfase no contexto geral do indie, além de elementos primordiais do pop e rock alternativo. Seu diferencial é apostar em uma abordagem sutil, que deixa seu som suave mesmo diante de algumas guitarras distorcidas e cozinha pulsante.

Então, depois de estrear com o primeiro disco, se apresentando ao mundo, se consolidar com o segundo trabalho e, por fim, marcar de vez seu território com o terceiro, Sukh agora chega com um novo trabalho.

Estamos falando do quarto álbum “Heading East”, que tem a missão de manter o sarrafo no alto e chega para provar que o artista criou de vez uma identidade. E olha que estamos diante de um disco em que ele aposta em algo mais objetivo e uma sonoridade um tanto quanto mais comum. Porém, sem perder suas características.

O novo álbum “Heading East” prima por trazer tudo que ele moldou durante estes mais de dez anos de carreira de uma forma um pouco mais direta, porém não menos cuidadosa e bem arranjada. Logo, perdemos as contas de quantos pontos ele acumulou até então.

Como tema, Sukh centrou em uma meditação sobre relacionamentos de longo prazo e amor companheiro. Um álbum sobre navegar pelos altos e baixos da vida juntos. Ele explora a natureza desses relacionamentos, com ênfase na parte após a emoção inicial da novidade. Algo bem pensado e inteligente, diga-se de passagem.

E é bem bacana como a trilha sonora do disco, composta por oito faixas em quase meia hora de música consegue soar perfeitamente em sintonia com os temas propostos. Tudo com uma produção que fica no limite da organicidade, lapidando o som do trabalho com maestria.

“Kind”, música que abre o disco, prima por trazer um ‘power-pop’ cativante, com cozinha dinâmica, uma guitarra bem sacada e um tempero indie empolgante. Destaque para o belo solo de guitarra. Mas, não se trata de uma canção que resume o disco. Em seguida temos “For The Road”, um country suave e agitado, que já mostra que a coisa será bem versátil.

“Far” é a primeira balada do disco, e ainda traz resquícios do country, apesar de não ser exatamente uma canção do estilo. A música prima por trazer um contraste de guitarras distorcidas em seu refrão e um teclado bem atmosférico no verso.

Os mais atentos notarão que “Conquered” vai nos levar rapidamente a uma viagem aos anos 80. Afinal de contas, a balada indie, apesar de não soar datada, tem influências diretas de Phil Collins, além de trazer um teclado vanguardista que queima nostalgia em nossos corações.

“Love Atom” já chega com um ar mais moderno e uma batida pulsante, porém, leves toques de new age a dão um bom equilíbrio. Logo, “Faith” traz uma boa dinâmica de volta, e inspirada pelo AOR, se mostra uma das faixas mais emocionantes do trabalho, digna de arrancar suspiros.

E “Home”, mesmo sendo diferente, com sua veia pop atmosférica, não deixa a emoção se esvair, a mantendo com seus teclados maravilhosos e guitarra discreta, como se isso fosse algo a ser guardado para sempre. Outra faixa magistral, mostrando que Sukh caprichou no final do disco.

Final que é muito bem entregue “If You Are”, que se eleva a uma veia pop e dream-pop, de vibração e viagem nos suaves sintetizadores, deixando a impressão que essa história, tanto lírica, quanto musical, ficou em aberto e pode ser retomada a qualquer momento. Difícil não terminar “Heading East” com uma respiração bem longa e profunda. Um milhão de pontos, enfim.

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