A união entre voz e violão proporciona a criação de um cenário curiosamente contagiante. Contudo, assim que a bateria entra em cena desenhando a base rítmica, a guitarra faz o mesmo ao se infiltrar na aparelhagem melódica e colocar, na atmosfera, toques serenos, mas ao mesmo tempo vivos e sutilmente solares.
Imbuída em um curioso frescor, Headache, de maneira muito interessante, cria um contraponto entre a leveza estrutural e uma letra de significância reflexiva e densa sobre um recorte comportamental que marcou um período. A pandemia foi um momento que exigiu uma transformação no cotidiano mundial que impactou todos os campos da vida, inclusive, o social. E é justamente nele que Alanna Matty mergulha o lirismo buscando respostas sobre rompimentos de amizades ocorridos sem qualquer motivo aparente.