O cantor ALi fala sobre experiências de vida em seu próximo álbum “Inside Out”

Após lançar dois três completos em uma prolífera carreira, o texano ALi chega com o seu quarto disco, “Inside Out”. Inserido em vertentes como pop r&b e hip-hop, o jovem artista compôs essa obra entre a idade de dezessete e vinte anos. Baseado em suas experiências pessoais, o álbum começa com “Growth Spurt” que define um pouco a influência como cantor de hip-hop. O sucessor de “Party – afterparty deluxe” (2021) continua com “Hate Myself Anthem”, que traz um pouco mais do estilo sereno e melódico do cantor. As batidas bem harmonizadas da canção, constroem um clima salutar que é resultado de uma produção assertiva.

“Inside Out”, até aqui, é uma das obras mais importantes de Ali, pois foi composto em uma transição da adolescência para a vida adulta do autor. Agora, retornando à parte musical, algumas músicas como “Going Nowhere” se distanciam um pouco do estilo pesado das primeiras canções para investirem em algo mais dançante. Isso demostra bem a versatilidade proposta pelo artista. E, reforçando mais ainda o lado criativo, ALi apresenta em seguida uma balada chamada “Would Last”, onde suas linhas vocais se destacam em várias entonações. Além disso, a canção é agradavelmente melódica e sem complexidades.

O mesmo acontece na música chamada “You” que é do tipo ambiente, mas conduzida por batidas ainda que suaves. A faixa começa com pássaros cantando e som de água corrente, dando ideia de natureza. Seus arranjos, embora simplórios, ampliam a sensação de paz que a instrumental da música transmite. Por isso, é uma trilha fácil de amar. Já a próxima, “Tabs On Me”, traz de volta aquela atmosfera do hip-hop com sequências pesadas e leves. A execução final do sintetizador é uma das partes mais legais, com um clima dançante, mas mergulhado em certa tensão. O resultado saiu como fosse uma bela música dos anos noventa.

O andamento toma uma direção mais rápida em “Like That”, que possui alguns dedilhados e vocais mais cativantes. Diferente do estilo mais introvertido de ALi, aqui ele se solta mais, mas consegue dominar o alcance vocal sem nenhum problema. A música, aparentemente, consegue se encaixar em um estilo pop mais sofisticado. Da mesma maneira, “Dancing With You” segue os mesmos princípios, se destacando até aqui como a canção mais explosiva do álbum. Contudo, suas batidas fortes e empolgantes não se mostram apenas impactantes, pois conseguem seguir o padrão de melodia que está presente em todo o álbum.

ALi chegou a declarar que, além do fator musical, este álbum possui funções terapêuticas, em outras palavras, curativas. Podemos concordar sobre isso, pois foi concebido com uma carga de sentimentos tão grande que a abordagem de seus temas pode trazer identidade ao ouvinte. Mesmo algumas músicas que não são tão passivas como “Someone Like You”, podem levar o ouvinte a um estado de concentração beirando a meditação e, com isso, conseguir esquecer os seus demônios pessoais. Você pode tentar isso também com outras músicas, é só deixar se envolver e permitir que as ondas sonoras executem suas tarefas.

Depois de refletir profundamente sobre cada tema de “Inside Out”, você sentirá mais à vontade para entender as pessoas e, provavelmente, se tornará mais maleável com muitas ações. Depois de ouvir canções como “Fingers Crossed”, perceberá que ALi não é tão somente um cantor, mas também é uma espécie de mensageiro que, através de sua música, traz paz e liberdade aos seus ouvintes. Mesmo com suas composições de pouca duração, cada mensagem é sentida e ouvida, ainda que a maioria delas é tão explícita quanto a vida de um jovem a procura de sua autonomia para então se tornar adulto.

Se “Dancing With You” é a música mais explosiva do álbum, “$Ta$H” é a mais pesada. Seu início com batidas em alto volume, não cabe em qualquer subwoofer, mas aqui o cantor fez questão de soltar os graves sordidamente. Isso faz a deixa para mais uma execução influenciada pelo hip-hop, com melodia groove e rimas inteligentes. A música não chega a ser a nova modinha mundial do movimento chamado trap, mas a agressividade e construções intricadas são as mesmas. Se ALi quiser gravar um álbum inteiro nessa pegada, pode arregimentar aí mais algumas centenas de fãs. Já pensou como seria?

Claro que isso é improvável, pois a versatilidade do garoto em criar músicas como “Things I Never Said” grita mais alto. Aqui, embora não exista batidas nem arranjos pesados de sintetizador, há muita melodia explorada do violão, voz e efeitos psicodélicos. Ou seja, é mais uma área incursionada pelo norte-mericano. Para finalizar o vindouro trabalho do artista, que será lançado em 16 de agosto de 2024, a música “Way It Goes” chega com uma atmosfera totalmente dançante, como nos tempos da eurodance. Com isso, concluímos que, embora perfeitos, ALi ainda presenteará fãs da boa música com muito mais trabalhos emocionantes.

Aguarde o lançamento de “Inside Out” pelos links: