A riqueza da música e artistas brasileiros muitas vezes é desconhecida, até mesmo negada. Mas, não tem como, temos um cenário musical vasto, diverso e que é conhecido mundialmente e pode ser provado. Um grande exemplo disso está aqui, neste mais novo trabalho de Ed Johnson, que inclusive intitula o projeto com um nome em português, Ed Johnson & Novo Tempo.
O álbum, intitulado “For Every Living Thing”, traz composições do próprio Johnson, apresentando letras de Tara Caldwell, Lissy Abraham e suas mesmas. Além disso, inclui interpretações de clássicos como “Where Or When” (Richard Rodgers e Lorenz Hart e Ed Johnson), “Lua Soberana” e “Meu País” (composição de Ivan Lins e Vitor Martins).
A produção fica por conta também de Johnson, ao lado do compositor, guitarrista e produtor da Bay Area de São Francisco, Scott Sorkin (conhecido por seu trabalho com a Count Basie Orchestra, Mary Wilson of The Supremes, Nneenna Feelon e Paula West).
E tudo conta com conhecimento de causa que transita pela bossa nova, samba, jazz e MPB de um ângulo que só um ‘gringo’ poderia nos oferecer, mas que em alguns momentos parece feito por um autêntico brasileiro. Sem contar a produção orgânica muito bem lapidada e adaptada aos elementos modernos atuais.
Totalizando dez composições em quase uma hora de trabalho (na verdade são pouco mais de 57 minutos), o disco, mesmo contendo uma média de 5 minutos por música, flui naturalmente e com uma boa dinâmica. Tudo isso graças a técnica misturada com feeling, que Ed Johnson e seus comparsas conseguem desenvolver de uma forma primorosa.
O início com a fantástica “Little Baião” caiu como uma luva e a canção é uma mescla perfeita entre o jazz o estilo que compõe seu título. Já prova o conhecimento de Ed sobre nossa música, e o destaque fica para o ritmo bem alinhado da música, com um baixo sensacional.
Em “No Stopping The Beat (New Day Rising)”, o ouvinte irá notar que Ivan Lins é uma das grandes referências de Ed, que tem vocais inspirados por ele, além de ser a primeira que apresenta referências à língua portuguesa na letra, o que volta a acontecer esporadicamente em outras ocasiões.
A versão de “Lua Soberana” ficou muito boa e propícia (ao menos por aqui), afinal de contas, é a música tema de “Renascer”, que ganhou um remake e está no ar atualmente no Brasil. Prova também o ótimo português de Ed, que sabe valorizar a sonoridade brasileira.
Enfim, “For Every Living Thing” é um disco que mostra mais do que conhecimento de causa da MPB, mas uma admiração que muitos brasileiros não têm pela música de seu país. Além de provar o quanto ela é global!
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