Prepare-se para ser tomado maravilhosamente pelo álbum “Andrew Wiscombe’s Cosmic Holiday”, do intitulado cantor

O cantor norte-americano de Salt Lake City, Utah (EUA), Andrew Wiscombe, acabou de lançar o seu mais recente álbum “Andrew Wiscombe’s Cosmic Holiday”. Distribuído pelo selo Operation Encore Records, o sucessor de “Strangest Congregations” (2020) apresenta onze canções da mais pura e inspirada americana. Para iniciar a play list do disco, “Find Yourself A Freeway” chega com uma melodia bastante comum neste estilo. Porém, o ex-atirador do exército americano não se prende a muitos clichês. Suas composições possuem peculiaridades, seja nos solos longos como nesta música ou na forma leve que conduz o vocal. Inspiração é o que não falta a este cantor.

Algumas músicas, como “Alone With You” não precisam nem de ritmo, pois a melodia extraída dos dedilhados e efeitos de slide já preenchem o espaço. Escutar combinações como esta, onde o violão tocado de forma doce e a voz performada em cima da harmonia é confortador. Além, claro, de dar aula de como uma boa música deve ser. A cada minuto que se estende, sentimos uma grande sensação de leveza. Para completar, atente mais uma vez aos dedilhados do violão, que você saberá do que falo e, mais do que isso, se renderá à hipnose que esta canção emite. Viciante.

Algumas músicas possuem até um ritmo mais cativante, pois a essência que vem do folk e country é fabricada a partir da empolgação de quem baila ao redor de uma fogueira. “St. Peter, The Accountant” tem um pouco desse lado. A marcação ritmica te faz bater com o pé, enquanto palmas podem surgir em apoio à melodia. Aqui, Wiscombe também usa mais extroversão na voz formando um clima bem mais solto. Embora exista um pouco de complexidade nos acordes e belos arranjos de cordas, a canção flui bem e demanda bom gosto. Este pode ser um dos destaques do álbum para você.

Como uma boa música do campo, “Forever A Reminder” faz sequência com melodia bastante aberta e um show espetacular de cordas dedilhadas. Isto, até aqui, tem sido uma marca registrada para o cantor. É como se fosse para nós do Brasil, uma ‘Moda de Viola’, mas com linhas mais melódicas. Devemos também agradecer ao serviço de produção do álbum que, assertivamente, nos proporciona uma sonoridade límpida e agradável. E, claro, além de músico e compositor, Andrew Wiscombe assina também a produção que fez em parceria com Daniel Young. Temos aqui um oportuno encontro entre arte e técnica musical.

Talvez, na tentativa de puxar um pouco mais para o country rock, Wiscombe acabou criando uma música muito legal chamada “Lovely Lola Jean”. Com uma atmosfera clássica ao estilo setentista, esta canção entra em nossos tímpanos como uma convidativa massagem auditiva. Mas você tem que estar devidamente relaxado para receber este encanto. Mas sabe o que acontece depois disso? Sim, você é despertado pela pesada “Chapels”, cujos riffs e solos de guitarra entregam a você uma virtuosa canção de hard rock. Sobre o que podemos ficar mais impressionados com essa aula de Wiscombe? Isso é mesmo muito incrível.

Retornando àquela pegada mais americana, “Show Me Sunshine” chega abrilhantando o seu ouvido com um dos refrãos mais bonitos. Mas belo também é o solo gostoso cheio de puxadas que adorna a canção. A guitarra, aliás, assim como na maioria das músicas, assume papel de protagonista ao lado do próprio cantor. Às vezes doce, às vezes fluente e outras vezes complexas como em “Jinglin’ Jack”, as linhas de guitarra e violão sempre serão destaques na música de Wiscomb, podemos até apostar nisso, pois nota-se que o cantor utiliza métodos muito orgânicos enaltecendo, assim, as mais profundas raízes da música de sua região.

Agora, tanto se falou na voz e nas linhas de guitarra do álbum, que quase esquecemos da sessão ritmica. A cozinha, comumente formada por baixo, bateria e alguns arranjos, também tem papel importante nesta obra. Em músicas como “Armchair Metaphysics & Mescaline”, por exemplo, podemos perceber as notas mais graves alimentando todo espaço que pudesse escapar uma melodia. Neste caso, entra mais uma vez o serviço de produção que é impecável nos balanços de mixagens. Assim, músicas como “Playground” desfilam em nossos sentidos com mais proporção melódica. Esta, por conseguinte, é uma das mais belas do álbum.

Quando o repertório chega em “Moonshine”, a menor execução do álbum, já temos que nos preparar para repeti-lo, pois é esta a primeira ação que você terá vontade de fazer. Um álbum como este é para ser ouvido repetidas vezes, pois aqui se encontram músicas das formas mais puras e genuínas. Nada de maquiagem, recursos tecnológicos e truques de estúdio. Aqui, o nosso veterano do exército mostrou que não tem talento apenas para a defesa, mas também muito dom artístico para a música. Este talento, tão nobre e fascinante faz dele um mensageiro da paz, alegria e transformação, pois a música transforma.

Ouça “Andrew Wiscombe’s Cosmic Holiday” pelo Spotify.

Visite o artista em seu site oficial.

https://www.andrewwiscombe.com

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