Com canções literalmente melódicas, o casal Ralf Beitner e Amy Lungu constroi músicas que deixam qualquer pessoa com leveza no coração. Em seu novo álbum, Beitner traz um pouco disso. Intitulado “Melodies”, o disco possui doze canções onde a primeira “Kamouraska”, se inicia com notas charmosas de violão. Em seguida, sua esposa executa partes de violino que dá mais brilho à canção. Musicalmente, este brilho também encosta em “Tell Me” que tem doce refrão, embora liricamente a letra possua uma mensagem anti-guerra. Beitner, além de cantor é compositor, pois todo este trabalho leva sua assinatura, mas o violino de Lungu, em músicas como “Caught In The Magic”, sempre é uma atração à parte.
O estilo do cantor é muito baseado jazz, embora músicas como “My Soulmate” transportem o ouvinte a um clima mais folk. Isso, muitas vezes está atrelado aos maravilhosos arranjos. A gama de ideias da dupla chegam a pulsar em canções do tipo “Let Me Be The One”, que é adornada por misteriosos sons de percussão. Já outras músicas com uma linha melódica mais extensa, como em “This World”, tendem a deixar o ouvinte mais reflexivo sobre a vida. Esta é indiscutivelmente uma das músicas que nos faz compreender os prêmios merecidos para este artista.
Dedilhados, acordes melódicos, linhas suaves de violino e voz aveludada formam o ‘resumo da ópera’ nas canções de Beitner. No entanto, ainda cabe alguma coisa de sopro, como o sax na introdução de “First One In My Life”. Essa combinação é fatal para mentes que apreciam uma música de bom gosto e caráter. Mas não é só isso, pois neste álbum você ainda pode conferir uma sutil influência de country em “Nevertheless”. Com um pouco mais de empolgação, a música à la americana desperta alegria. Sua empolgação só não consegue transpassar “Nothing For Forever”, que traz um pouco de melancolia.
Depois de você se familiarizar com a receita do artista, será fácil se tornar fã e esperar ele compor mais músicas como “Trust & Try”, com sua habitual harmonização sonora. Mesmo em canções mais longas, como “The Moon” a melodia não perde a direção e, a sua experiência como ouvinte, só se torna mais prazerosa. Quando a última música, “Kathy”, chegar, você já estará tomado pelo encanto dessa arte. O mundo precisa encontrar essa dupla, para que o cenário mundial possa provar desse néctar. Ralf Beitner e Amy Lungu conhecem como ninguém a verdadeira essência musical.
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