Por entre sonares tilintantes graves em seu toque ácido, a canção não demora em demonstrar um caráter densamente hipnótico vindo de sua melodia introdutória. De síntese sintética e, inicialmente, inebriante, ela evidencia um corpo macio em sua insinuação certeira para a dança. É nesse processo que o ouvinte se vê imbuído pela energia de um céu noturno, mas sem qualquer menção de gelidez.
Ondulante em sua linearidade sonora, a canção desenhada por Carsten Schnell oferece singelas, mas marcantes e generosas doses de um torpor ácido e alucinógeno. É aí que Heiss consegue recriar uma ambiência temporal setentista rodeada pelo consumo e pelos consequentes efeitos embriagantes e, portanto, ausentes de lucidez.
Sim, a canção é enraizada na estrutura da electro music noventista. Sim, a canção é igualmente enraizada na estrutura da dance music. E, também, sim, Heiss possui grande flerte com a arquitetura sonora proposta pelo chiptune. É assim que Schnell promove uma ambiência dançante, mas sem apelação. Ela é fluida, singela e educada. Uma música feita para se entorpecer e para se deixar levar por movimentos corporais amaciados e sem sentido para o centro da pista de dança.
Como já dito, a canção é marcada por sons tilintantes e opacos. Eles fazem como se sua cadência rítmica fosse a mesma durante todo o seu período de execução, o que confere a Heiss uma atmosfera grandiosamente entorpecida, embriagante e anti-lucidez. É a dança sem compromisso em uma noite de verão latina.
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